Um grupo de jovens em conflito com a lei internos na Fundação da Criança e do Adolescente (Fundac) começou a ser ouvido por psicólogos, assistentes sociais e advogados. A intenção é descobrir o que motivou a tentativa de fuga de 150 internos da instituição, terça (13) à noite.

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Eles atiraram pedras nos agentes educadores temporários, que fazem a segurança da unidade, queimaram colchões, incendiaram a portaria e causaram danos ao setor administrativo. Durante o tumulto, um jovem de 17 anos foi espancado até a morte e dois adolescentes sofreram queimaduras e ferimentos.

Os internos dos pavilhões 3 e 6 não participaram da rebelião. A situação só foi controlada com a chegada dos policiais do Batalhão de Choque e da Companhia de Operações Especiais. A Fundac  fica no município de Abreu e Lima, na região metropolitana de Recife.

Por causa da situação tensa, a presidente da Fundac, Ana Célia Faria, decidiu mudar o esquema de visitas dos familiares aos internos, programado para hoje. Ela justificou que não foi possível suspender as visitas por causa do clima de ansiedade que se criou depois do episódio.

?A solução foi criar uma comissão com representantes de três familiares de cada um dos nove pavilhões, para visitar os filhos e repassar informações sobre os outros internos às mães que não puderem entrar na unidade?, explicou.

Ana Célia Faria não acredita que a tentativa de fuga em massa tenha sido motivada pela superlotação do prédio, que abriga  304 jovens de 15 a 17 anos, quando a capacidade é para 98.

?Eles não reclamam das acomodações, mas existe a preocupação porque Pernambuco é o quarto estado do país com maior número de internações de jovens por prática de homicídio, roubo e furto?, frisou.

A presidente da Fundac disse também que uma equipe de engenheiros já iniciou um levantamento para saber o quanto será necessário investir para recuperar o patrimônio depredado.

O coordenador de Segurança da Fundac, coronel Alexandre Viana, supõe que os adolescentes foram influenciados pela rebelião ocorrida no presídio Aníbal Bruno.

?Toda vez que existe um movimento de rebelião, não só em presídios do estado, mas em unidades que abrigam adolescentes no país, ocorre uma agitação que acaba influenciando os internos?, justificou.