O número de interferências provocadas por rádios na comunicação entre pilotos e controladores de tráfego aéreo no Estado de São Paulo cresceu 278% entre março de 2007, quando foram registradas 65 ocorrências, e junho, quando houve o pico de 246 interferências, segundo o Serviço Regional de Proteção ao Vôo (SRPV-SP). Este mês, até o dia 22, foram registradas 110. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) calcula que 90% das rádios clandestinas que interferem nas comunicações aeronáuticas são reincidentes. E a maioria delas opera muito acima de 25 watts e em freqüências que não são destinadas a rádios comunitárias.
Mas, ao contrário do que se imagina, os problemas de interferência não se restringem apenas às rádios piratas e comunitárias. As 648 rádios comerciais de São Paulo – e outras centenas que operam na divisa com outros municípios da região metropolitana – costumam causar dores de cabeça para o controle de tráfego aéreo.
Segundo estimativa da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), a capital paulista tem cerca de 2 mil rádios irregulares, de um total de 12 mil clandestinas no País. Com pouco mais de R$ 2 mil é possível montar uma emissora cuja transmissão alcança um raio de 1 quilômetro – o que numa favela é muita gente.