Educação

Interesse pelo ProUni cai 30%, indica balanço

O ProUni (Programa Universidade para Todos), uma das vitrines educacionais do governo federal, tem atraído cada vez menos estudantes no País. No processo seletivo de 2009, foram 608.143 inscritos para concorrer às bolsas de estudo em universidades particulares, queda de 28,9% em relação ao mesmo período de 2008, quando foram 855.734 candidatos. Além da redução, o programa amargou sobra de 7.484 bolsas.

Das 156.416 oportunidades oferecidas, foram pré-selecionados 148.932 alunos, levando em conta apenas a pontuação mínima para ser escolhido – 45 pontos na escala de 0 a 100 da prova do Enem. Como ainda serão avaliados outros critérios para a inclusão, exemplo renda familiar, o número de sobras pode aumentar. No primeiro semestre de 2008, o balanço final mostra que ficaram sem utilização 28,3% das bolsas – das 106 mil oferecidas só 76 mil foram usadas. Em São Paulo, a ociosidade foi ainda maior : 30% das 40 mil bolsas fornecidas.

O Ministério da Educação (MEC), por meio da assessoria de imprensa, informou que a sobra de bolsas na 1ª fase do ProUni de 2009 é uma das menores da história (7.484 ). Ainda segundo o MEC, “1.533 são bolsas adicionais, sem impacto sob a isenção fiscal do programa”. Ficaram sem uso 1.002 bolsas integrais. O argumento da pasta é que em 2008 houve “um boom de inscrições”, não mantido. Para a sobra de vagas, a pasta diz que a maioria é de bolsas parciais e nem sempre o candidato tem condições.

Já Angela Soligo, diretora da faculdade de educação da Unicamp, tem avaliação diferente. “O índice pode indicar que o jovem está adquirindo consciência de que nem todos cursos do ProUni são bons e que o diploma talvez não faça diferença para sua vida profissional” – cruzamento feito pelo Jornal da Tarde mostra que 23% dos cursos tiveram nota 1 e 2 – de baixa ou baixíssima qualidade.

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