Assentados e acampados ligados ao Movimento dos Sem Terra (MST) ocuparam o pátio externo da sede do Incra, no Recife, na manhã deste sábado, onde pretendem permanecer pelo menos até a sexta-feira promovendo atos de protesto, marchas e mobilizações na cidade. Desde o domingo até à noite de ontem, o MST promoveu 23 ocupações de terra em todo o Estado.

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“Não estamos satisfeitos”, afirmou o diretor do MST em Petrolina, no sertão do São Francisco, Reginaldo Martins da Silva. “No governo Lula as portas foram abertas, ficou tudo amigável, mas o seu mandato está chegando ao fim sem passos concretos”. Segundo Silva, no ano passado, apenas 70 famílias foram assentadas em Pernambuco, Estado que tem 14 mil acampados sem-terra, enquanto os assentamentos precisam de infraestrutura, assistência técnica e educação.

Os manifestantes começaram a ocupação – pacífica, o segurança abriu o portão para a entrada – no início da manhã, trazendo lenha, lona, roupas, panelas, alimentos. À tarde, ato ecumênico e show iriam marcar o 14º aniversário do massacre de Eldorado dos Carajás, quando 19 trabalhadores foram mortos pela polícia do Pará.

Até o final da manhã, haviam chegado ao local cerca de 400 trabalhadores, de acordo com o coordenador estadual Isaac Júnior. A meta é pressionar visando a conquista de uma pauta que deverá ser negociada com o órgão e o governo do Estado nesta semana. O MST quer ampliação do orçamento do Incra e o assentamento de 90 mil famílias em todo o País. Mesmo com a chuva que caía de vez em quando, o clima era de alegria entre os assentados e acampados que faziam fogo com a lenha para cozinhar galinha e feijão, enquanto outros armavam barracas.

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