Rio de Janeiro – O Instituto Brasileiro de Defesa dos Deficientes (IBDD) quer esclarecer as circunstâncias do atendimento médico emergencial dado ao atleta para-olímpico argentino, Carlos Maslup, medalha de bronze no tênis de mesa nos últimos Jogos Para-panamericanos. Maslup sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) na madrugada de domingo e está em coma no Centro de Terapia Intensiva do Hospital Municipal Salgado Filho.
Para o Instituto Brasileiro de Defesa dos Deficientes, a diferença do serviço de saúde oferecido nos Jogos Pan-Americanos e nos Parapan-Americanos pode ter prejudicado o socorro ao atleta. Segundo Andrei Bastos, assessor de comunicação do instituto, a irregularidade começou com a retirada dos serviços da empresa privada de saúde Golden Cross que atendeu ao Pan.
?Nós consideramos que isso configura uma discriminação e evidentemente que isso trazia risco para os atletas para-olímpicos, já que eles não poderiam ser atendidos nos hospitais na rede privada de saúde, ficariam restritos à rede pública", destaca Bastos."Estamos vendo se é possível apurar responsabilidades, tanto na questão da Golden Cross não dar assistência ao Para-pan, como no caso do atleta argentino, porque aí a coisa fica realmente muito mais séria.?
Ao passar mal na vila pan-americana, na zona oeste da cidade, Maslup foi socorrido pelos bombeiros e levado ao Hospital Municipal Miguel Couto, onde passou por exames que confirmaram o quadro de AVC. O argentino não pôde permanecer no local por conta da falta de vagas no CTI.
A Secretaria Municipal de Saúde argumenta que o atleta recebeu todo o atendimento necessário no período entre a entrada no primeiro hospital, às 5h, e sua transferência para o CTI do Hospital Salgado Filho, no meio da tarde. A demora faria parte do processo de diagnóstico e encaminhamento.
Em nota divulgada ontem (21), o Comitê Organizador dos Jogos Pan-americanos e Para-panamericanos (CO-RIO), informou que ?a terapia intensiva no paciente foi iniciada ainda na Unidade do Corpo de Bombeiros, fato esse considerado fundamental diante da gravidade do caso? e que de acordo com o chefe-médico do CO-RIO, João Granjeiro, ?teria sido o mesmo procedimento adotado durante os Jogos Pan-americanos 2007 caso alguma ocorrência grave tivesse acontecido durante aqueles jogos?.
A nota do comitê também afirma que em reunião realizada ontem (21), ?o cônsul da Argentina no Rio de Janeiro, Luís Eugênio Bellando, o membro do Comitê Executivo do Comitê Para-Olímpico Internacional, José Luiz Campo, e o presidente do Comitê Para-Olímpico das Américas, Andrew Parsons, agradeceram pelo atendimento prestado ao atleta argentino e elogiaram a rapidez, a atenção e os procedimentos adotados desde o último domingo para oferecer as condições de tratamento do atleta?.