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Renan Calheiro durante designação
dos membros da nova CPI.

Brasília – O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), adiou para hoje a primeira sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI Mista) do Mensalão. Ontem, Calheiros instalou e lamentou a falta de acordo para que todas as denúncias de corrupção fossem investigadas por uma única CPI e afirmou ter certeza de que ?quem tiver culpa, se houver culpa, pagará por ela?.

A CPI Mista do Mensalão investigará as denúncias de pagamento de mesada por parte do governo a deputados da base aliada para que estes votassem de acordo com as orientações governistas. A comissão vai investigar ainda o suposto esquema montado em 1997, ainda no governo Fernando Henrique Cardoso, para a compra de votos para garantir a aprovação da emenda constitucional da reeleição.

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Sobre a necessidade de instalação de tantas CPIs no Congresso, Calheiros afirmou que ?a história não perdoa omissões e nem a sociedade absolve tentativas de acobertamento?. ?Aqui não se farão blindagens. As denúncias e a multiplicidade delas são de extrema gravidade e a sociedade exige esclarecimentos?, afirmou.

Ao voltar a defender sua posição a favor da unificação das investigações, Calheiros afirmou que os trabalhos das CPIs poderão convergir em determinado momento, dadas as coincidências dos personagens citados. ?Por isso, faço um apelo aos integrantes das duas comissões (Correios e Mensalão), a seus presidentes e relatores, no objetivo da racionalidade, eficiência e agilidade das investigações, vamos promover um permanente intercâmbio de informações, de depoimentos e até, se oportuno for, vamos inovar e fazer, respeitando o objeto de cada uma das comissões, sessões conjuntas para agilizar a investigação e evitar sobreposições e redundâncias?, afirmou.

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O impasse gerado pela escolha do presidente e do relator da CPI retardou o início dos trabalhos de investigação. Segundo o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), a oposição no Congresso continua apoiando o nome do deputado Raul Jungmann (PPS-PE) para presidir a CPI Mista do Mensalão. Já os partidos da base aliada não aceitam dividir o comando da CPI e querem ficar com a presidência e a relatoria. ?Eles indicaram o nome do senador Maguito Vilela (PMDB-GO). Nós apoiamos o Jungmann. Se o nosso candidato for eleito, vamos deixar que o governo indique o relator. Eles não aceitam dividir o comando, querem fazer barba, cabelo e bigode?, protestou Virgílio.

Caso não haja acordo durante a nova reunião de líderes marcada para o início da manhã de hoje, a CPI Mista do Mensalão vai ter a sua primeira reunião a partir das 11 horas, tendo como primeiro item da pauta a eleição do presidente. Somente depois desta eleição, o nome do relator será indicado.

Discurso

O presidente do Senado, Renan Calheiros, fez um discurso dizendo que, ao assumir o papel de protagonista das investigações, o Senado Federal deu um passo vital para manter sua relação com a sociedade brasileira. Para Renan Calheiros, somente investigando, o Congresso Nacional se afirma, pois a responsabilidade da investigação está em cada legislador e no mais eficaz instrumento de fiscalização – as comissões parlamentares de inquérito.

 ?Tenho convicção de que o Congresso Nacional – que nunca se negou a combater a corrupção, dentro ou fora de seu corpo – não hesitará. Se houver parlamentares que rebaixaram seus mandatos e suas consciências em troca de subvenções ilegítimas, se houver, e contra eles forem produzidas provas, eles deverão ser punidos emblematicamente, estejam onde estiverem, em qualquer legenda, em qualquer estado?, afirmou.