A recusa do governador do Rio, Sérgio Cabral Filho (PMDB), em receber o relator especial das Nações Unidas (ONU) para Execuções Sumárias, Arbitrárias e Extrajudiciais, Philip Alston, terminou em troca de acusações entre os dois. Pela manhã, Alston revelou aos jornalistas que Cabral não o receberia. O governador respondeu que não houve contato oficial para o encontro. "As autoridades federais vão informar que nos fizemos um pedido oficial para um encontro com o governador e a resposta foi que o governador não estaria disponível", disse Alston.
O relator acrescentou que não pedirá novamente um encontro, pois o pedido oficial "ainda é válido". "Se o governador quiser me encontrar, ficarei muito feliz de encontrá-lo", declarou após um encontro de três horas com a cúpula da Segurança Pública. "Será o primeiro governador que não se encontra com um relator da ONU que vem ao Rio.
Esta é mais uma prova do descaso de Cabral com os direitos humanos. Como se pouco importasse a fiscalização da ONU sobre o tema da segurança pública, que é o principal debate do País. É uma temeridade, um desrespeito ao Estado democrático", disse o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), integrante da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa do Rio.
Compromisso
O único compromisso oficial da agenda do governador nesta quinta-feira (8) era o lançamento do plano estratégico do Rio, no Palácio Guanabara, pela manhã. À tarde ele participou da reunião do Conselho Nacional de Política Energética, do qual não faz parte, para encontrar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Amanhã, Cabral assinará uma medida que dispensa policiais, bombeiros e agentes penitenciários de pagar pela renovação da carteira de habilitação e participa de um leilão de arte.