Brasília – A insatisfação crescente do PMDB em relação à sua participação no governo levou o ministro da Previdência, Amir Lando, a ameaçar deixar o cargo nesta semana. Foi nesse clima que a cúpula peemedebista se reuniu ontem com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para tentar, de uma vez por todas, definir a participação do partido na base.
Na quarta-feira, depois de uma reunião de cinco horas para discutir o valor do salário mínimo, o ministro da Previdência teria deixado o Palácio da Alvorada irritado com o governo.
Segundo interlocutores ligados ao ministro, Lando se queixou pois sequer foi ouvido pelo presidente durante a reunião. No mesmo encontro, falaram os ministros do Trabalho, Ricardo Berzoini, ex-ministro da Previdência, e outros petistas, como o senador Paulo Paim (RS).
Lando teria manifestado seu desejo de deixar o cargo para o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), que o convenceu a dar mais algum tempo, agora que o governo já atravessou a crise gerada com o caso Waldomiro Diniz.
Entre outras reclamações, o ministro da Previdência se queixa de não poder realizar mudança alguma no ministério, além de não conseguir fazer nomeações. A interlocutores próximos, Lando tem dito estar engessado no ministério e que, a continuar assim, prefere retornar ao Senado. O ministro também avalia que, na prática, Berzoini ainda continua exercendo influência no andamento do Ministério da Previdência.