O número de alunos que ingressam no ensino superior privado deve registrar queda este ano na comparação com 2015, de acordo com estimativas do Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior (Semesp). A entidade calcula que o total de alunos novos nos cursos presenciais deve ser 1,9% menor este ano na comparação com 2015, mesmo depois de o ano passado já ter representado uma retração de 8,2%.

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A perspectiva do Semesp é de uma retomada apenas em 2017, com o ensino presencial crescendo 1,1% na comparação anual em número de ingressantes, ainda um ritmo considerado muito fraco.

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“Esperamos um cenário melhor em 2017, mas sobretudo porque temos uma base de alunos que já foi muito depreciada desde 2015”, comenta o diretor executivo do Semesp, Rodrigo Capelato.

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O Índice Semesp de Ingressantes, lançado nesta sexta-feira, 2, em evento do setor, estima a evolução do número de novos alunos com base em elementos macroeconômicos e demográficos. A entidade vai atualizar essas projeções mensalmente.

As estimativas levam em conta um cenário de abertura de novas vagas no programa de financiamentos estudantil, o Fies, levemente melhor que o deste ano. O Semesp prevê para 2017 um montante de cerca de 350 mil novas vagas no Fies ante 325 mil ofertadas este ano, muito embora o setor reclame que nem todas as vagas oferecidas puderam ser preenchidas em 2016 até que fossem feitos ajustes nos critérios de seleção de alunos.

Apesar de a entidade prever que o Fies deva oferecer novas vagas, o setor de ensino superior tem demonstrado preocupações com o programa.

O Fies foi tema de debate entre empresários de grandes universidades que participaram nesta sexta-feira de um almoço de confraternização, promovido pelo Semesp em São Paulo. O sentimento era de preocupação depois que o resultado de uma auditoria do Tribunal de Contas da União apontou que houve “descalabro” na gestão do Fies.

O ministro da Educação, José Mendonça Bezerra Filho, tem pregado uma reformulação do programa capaz de torná-lo mais sustentável. Nesta semana, o ministro afirmou que a proposta de reformulação do programa de financiamento estudantil do governo federal, o Fies, precisará ser concluída até o final do ano ou o primeiro semestre de 2017. Há no setor quem reclame, porém, de falta de diálogo. Empresários não sabem ao certo qual será o novo Fies.

“Fala-se muito em ser sustentável, mas é preciso lembrar que o Fies é uma política pública, não pode ser tratado como um financiamento privado ou então ele perde seu papel”, conclui Capelato.

Ensino a Distância

Segmento que não está atrelado ao financiamento e que sofre menos na crise, o ensino a distância tem projeções um pouco mais otimistas.

O Semesp projeta que o número de ingressantes no EAD deva crescer 0,1% este ano e registrar crescimento de 4,2% em 2017.

Para o total de matrículas, incluindo não só calouros mas também alunos veteranos, a expectativa ainda é de queda este ano, de 3,6% no EAD. Ainda assim, o recuo é menor do que os 6,7% de retração esperados no ensino presencial.

Em 2017, o Semesp calcula que o total de matrículas vai aumentar 3,3% no EAD e 0,7% no ensino presencial.