Brasília – Seis dias depois de o Conselho Nacional de Aviação Civil (Conac) anunciar um pacote de medidas para conter a crise aérea, a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) iniciou uma série de reuniões com as empresas do setor para discutir as mudanças necessárias.
Na manhã desta quinta-feira (26), a readequação da malha áerea foi discutida por técnicos da Infraero e representantes da TAM. Agora à tarde, a reunião é com representantes da Gol. Para amanhã, está previsto encontro com representantes de outras empresas.
"O que estamos discutindo são os horários em que temos condições de atender [os vôos das] as empresas com segurança e conforto para os passageiros", disse o diretor de Operações da Infraero, Rogério Barzellay, após o término do encontro com o pessoal da TAM.
Segundo Barzellay, durante a reunião, os funcionários da TAM indicaram os vôos que deixarão de operar no Aeroporto de Congonhas devido às restrições impostas após o acidente com o Airbus A320, que fazia o vôo JJ 3054 da companhia. "Conversamos sobre quais destes vôos se adequam aos terminais de Guarulhos [região metropolitana de São Paulo], de Viracopos [em Campinas (SP)] e de São José dos Campos [SP]".
Embora não tenha dado detalhes, Barzellay considerou "bem factível" a proposta já apresentada pela TAM. "Por enquanto, não estamos tendo nenhuma dificuldade para adequar nossas limitações aos anseios da companhia", disse ele.
Assim mesmo, acrescentou Barzellay, o resultado das negociações é preliminar, já que terá de ser aprovado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), órgão responsável pela regulamentação e fiscalização do setor. "Isso é um processo. Hoje aconteceu só a primeira reunião, mas eu imagino que, ao longo da próxima semana, tenha sido resolvido algo, a ponto de irmos à Anac para que ela homologue as mudanças".
O diretor da Infraero justificou a realização dos encontros com a TAM e a Gol alegando que será mais fácil para a Anac deliberar a partir de uma proposta concreta já negociada entre as empresas aéreas e a administradora dos principais aeroportos do país, do que se tivesse de partir do nada, "de coisas que não podem ser executadas".
Ele ressaltou, porém, que os atrasos e cancelamentos de vôos devem persistir enquanto as mudanças não estiverem completas. "Enquanto a malha aérea estiver se adequando, teremos ainda uma série de cancelamentos e de modificações".
Perguntado se a Infraero estava tomando alguma providência para amenizar os transtornos causados pela transferência de vôos de Congonhas para o Aeroporto Internacional de Guarulhos, Barzellay minimizou a possibilidade de a estatal atuar neste sentido.
"Esse é um problema que diz respeito às companhias aéreas. A Infraero não pode resolver para o passageiro se ele vai ter uma conexão, onde e quando ele vai embarcar. Isso não diz respeito à atuação da empresa. O que podemos fazer é manter o aeroporto funcionando, disponibilizando posições no pátio e para o check-in de passageiros".
