A indústria do petróleo aproveitou nesta quarta-feira (12) a solenidade de assinatura dos contratos de concessão dos blocos arrematados no leilão em 2007 para cobrar maior agilidade na retomada da Oitava Rodada, suspensa pela Justiça em 2006. O presidente do Instituto Brasileiro do Petróleo, João Carlos De Luca, lembrou que a própria resolução do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), que retirou os 41 blocos da Nona Rodada no ano passado, para preservar a área em torno das descobertas de Tupi, indicava que houvesse uma "rápida solução" para o leilão que estava pendente.
"Para cada ano que uma área do porte de Tupi deixa de produzir, o País perde em torno de US$ 2,5 bilhões em royalties. Não é só a indústria que está perdendo com a demora mas sim o País", argumentou De Luca. Na Oitava Rodada, suspensa judicialmente, já haviam sido arrematados blocos e esta concessão precisa ser validada com a retomada do leilão. De Luca defendeu a retomada integral da rodada, inclusive com a manutenção dos dez blocos existentes na Bacia de Santos em torno de Tupi.
Esta hipótese, segundo o diretor geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Haroldo Lima, não está completamente descartada. "Estudos que estamos desenvolvendo mostram que estes blocos têm estrutura geológica diferente de Tupi, portanto poderiam ser ofertados nesse leilão", disse. Outra possibilidade que também está sendo estudada pela ANP, além da retomada integral ou da retirada dos blocos em águas ultraprofundas (abaixo da camada de sal), é a da validação do leilão, sem prorrogar as ofertas. "Apenas abriríamos a sessão para validar o que foi feito e encerraríamos em seguida. Mas antes de decidir isso também vamos checar se as empresas se interessariam pelos blocos ofertados, caso sejam retiradas as áreas do pré-sal", comentou.