Brasília (ABr) – Povos indígenas da Bahia têm de 10 a 15 vezes mais casos de tuberculose do que a população branca, segundo a pesquisadora Susan Martins Pereira, da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Segundo ela, as estimativas sobre o índice de tuberculose na população urbana em geral variam entre 54 a 78 casos a cada 100 mil habitantes. De acordo com a pesquisadora, o Brasil é um dos 20 países com maior número de tuberculose no mundo e os povos indígenas são populações que têm problemas de inserção, de acesso a trabalho e sofrem muitas vezes problemas de desestabilização em seus grupos étnicos. "Tudo isso favorece a ocorrência de condições que podem facilitar o desenvolvimento de tuberculose", explica.
Susan apresentou projeto e está entre os vencedores da seleção pública promovida pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa), pelo Ministério da Saúde e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimen-to Científico e Tecnológico (CNPq). "Nosso trabalho será no sentido de conhecer melhor e entender os fatores que determinam essa situação de saúde dos povos indígenas na Bahia e o entendimento dos fatores que levam ao adoecimento dessas populações", diz ela.
Os pataxós do sul da Bahia, os jenipapo-kanindé do Ceará e os xavantes de Mato Grosso são alguns dos povos indígenas a serem beneficiados com os 24 projetos de pesquisas sobre saúde dos povos indígenas vencedores do edital, que totaliza R$ 1 milhão em recursos. O valor aprovado para a pesquisa de Susan é de R$ 50 mil, valor que ela considera adequado para começar o trabalho, mas insuficiente para completá-lo.
