Os índios mundurucu que mantinham servidores da Funai (Fundação Nacional do Índio) e da Polícia Civil do Pará reféns em Jacareacanga (1.718 km de Belém) chegaram a um acordo com o secretário de Segurança do Estado, Luiz Fernandes Rocha, na tarde de hoje.
De acordo com a Polícia Civil, o superintendente de Polícia Civil da região, Edinaldo de Sousa, e o procurador da Funai Sóstenes Magalhães já foram soltos e os índios, que eram cerca de 80, deverão voltar às suas aldeias, na zona rural.
O secretário de Segurança, que viajou hoje ao local para negociar, prometeu a instalação de uma delegacia de Polícia Civil no município, que será integrada com a Polícia Militar.
Segundo o delegado Sílvio Maués, diretor de polícia do interior, também está previsto o aumento no efetivo da PM local, que atualmente é de dez homens.
A revolta dos índios foi motivada pelo latrocínio (roubo seguido de morte) de um mundurucu, no último dia 23 de junho.
Um dia após o crime, a polícia prendeu quatro suspeitos. Dois deles foram liberados por falta de provas -esse foi o estopim da revolta.
Por causa disso, os índios incendiaram o destacamento da PM de Jacareacanga na madrugada da última terça-feira.
Depois, os mundurucu passaram a exigir que os dois presos fossem entregues a eles, para serem julgados de acordo com os costumes indígenas.
Os índios, porém, recuaram dessa exigência e deram-se por satisfeitos com a promessa de melhorias na segurança da cidade, afirmou o delegado Maués.
Um reforço de 70 PMs e seis policiais civis enviados ao local permanecerá por mais alguns dias para garantir a segurança na cidade.
O incêndio do destacamento é objeto de um inquérito policial e os índios ainda poderão ser responsabilizados.