Quarenta índios tupiniquins, do Espírito Santo, ocuparam por duas horas o gabinete do presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Márcio Augusto Freitas de Meira, em Brasília. Eles só saíram do prédio depois de conseguirem agendar uma reunião com Meira no Ministério Público Federal (MPF) para a tarde de hoje. O encontro será mediado pela procuradora Deborah Duprat, coordenadora da 6ª Câmara do MPF, que atua em defesa de índios e minorias. As informações são do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) de Brasília e da 6ª Câmara do MPF. A assessoria de imprensa da Funai ainda não confirmou a presença de Meira na reunião.
Os manifestantes passaram a se reunir em frente à sede do órgão, aguardando o horário de seguir para o MPF. Os índios reivindicam o cumprimento de um termo de ajuste de conduta firmado em dezembro com a Funai e a empresa Aracruz Celulose, com mediação do MPF. O documento estabelece regras para a entrega aos índios de uma área de 11 mil hectares ocupada por plantações de eucalipto da Aracruz. Uma portaria do Ministério da Justiça determinara, em agosto, que a terra era indígena e deveria ser entregue pela empresa. A Aracruz tem até dezembro deste ano para retirar as árvores plantadas na área.
Os tupiniquins reclamam, no entanto, que a Funai não está cumprindo sua parte no acordo. Segundo o Cimi, o órgão não respondeu ao compromisso de fazer um estudo para a recuperação ambiental da região. A Funai está demorando ainda, informa o Cimi, a pagar a segunda parcela de uma verba de R$ 3 milhões concedida aos índios no acordo. O dinheiro é destinado a projetos de sustentabilidade e recuperação da terra nas aldeias.