Índios do Parque Nacional do Xingu, no Mato Grosso, mantêm desde a última quarta-feira (21) oito pesquisadores da empresa Paranatinga Energia e quatro funcionários da Fundação Nacional do Índio (Funai) reféns. Os índios não querem o funcionamento de uma usina hidrelétrica que foi construída no local. O chefe do posto indígena do parque, Kumare Txicão, disse que os reféns passam bem, mas são vigiados por "índios guerreiros, prontos para o combate". O impasse se arrasta desde 2004.
Para negociar a libertação dos reféns, eles cobram a presença de uma equipe da Funai e do governo do Estado. O superintendente de Assuntos Indígenas da Casa Civil do Estado de Mato Grosso, Rômulo Vandoni, informou que vai acompanhar as negociações para libertação dos reféns. A equipe que chega ao Xingu amanhã vai reavaliar o acordo, o qual prevê o repasse de R$ 1,3 milhão para projetos como um centro de treinamento e incentivo à piscicultura.
No Parque, existem 14 povos diferentes e uma população estimada em 5,5 mil índios numa área de 27 mil quilômetros quadrados. A empresa Paranatinga Energia não revelou os nomes dos pesquisadores feitos reféns nem as áreas em que eles atuam.