Índios ficam a favor de grileiros no Pará e PF desocupa reserva

Belém (AE) – A operação de combate à grilagem de terras retirada ilegal de madeira e minérios que a Polícia Federal vinha realizando há dez dias em conjunto com Ibama e Funai dentro da reserva de 3,8 milhões de hectares, onde vivem seis mil índios da tribo caiapó em 17 aldeias do município, em São Félix do Xingu, no sul do Pará, está suspensa desde ontem. Motivo: os índios da aldeia Gorotire discordam do fechamento de garimpos e querem legalizar a atividade, inclusive com a presença de invasores.

Os caciques das outras 16 aldeias apóiam o trabalho dos órgãos federais e discordam da postura adotada pelos chefes da Gorotire. Os policiais retornaram a seus estados de origem, comunicando a suspensão do trabalho ao Ministério da Justiça, que havia determinado a operação atendendo a um pedido da Funai.

A PF vinha realizando prisões e identificando grileiros de terras, garimpeiros clandestinos e empresas madeireiras que fazem extração não autorizada dentro da reserva. O ex-diretor da Funai em Marabá, Eimar Araújo, que chefiava a operação, disse que o clima é tenso entre os índios.

A pedido dos líderes da maioria da nação caiapó, a Funai permanece na área mesmo depois da saída dos policiais federais. ?Os próprios índios estão vasculhando a área atrás de invasores e grileiros para expulsá-los e criticam o comportamento de seus irmãos da aldeia Gorotire, a maior de todas?, contou Araújo. Ele adiantou que um grupo de guerreiros contrários à invasão e exploração mineral ameaçava bloquear hoje as duas estradas de acesso à reserva.

Essas estradas são usadas por mais de trinta fazendeiros que dizem ter comprado lotes de terra que estariam fora da área demarcada dos índios. A Funai e a PF garantem que as fazendas estão dentro do território dos caiapós. Quanto à exploração de ouro e madeira, a PF começou a investigar a participação dos próprios índios da área Gorotire na atividade ilegal.

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