Mais de 50% dos 5 mil índios do Estado de São Paulo não possuem terra. Eles vivem precariamente em áreas ocupadas e, para atendê-los, o governo precisaria demarcar cerca de 50 mil hectares – o triplo de toda área destinada a eles hoje, 17 mil hectares. Em várias frentes, grupos indígenas estão mobilizados para reivindicar a demarcação ou ampliação de seus territórios. A Fundação Nacional do Índio (Funai) reconhece que há risco de conflitos.
Em fevereiro, guaranis invadiram uma fazenda e instalações religiosas da Ordem Cisterciense, da Igreja Católica, em Itaporanga, no sudoeste paulista. Eles alegam que os antepassados viviam na região e querem de volta o território. Um grupo de trabalho da Funai iniciou o levantamento antropológico.
Das 28 aldeias instaladas em São Paulo, apenas 12 estão homologadas, mas a maioria ainda não possui terras demarcadas. Onde houve demarcação, os territórios tornaram-se pequenos, segundo ele. Em média, no Brasil, cada índio dispõe de cerca de 250 hectares. No Estado de São Paulo, a média cai para apenas 3,4 hectares.