O delegado Walter Oliveira indiciou, nesta terça-feira (8), por homicídio doloso os dois policiais militares acusados de matar o menino João Roberto Amaral Soares, de 3 anos, na noite de domingo (6), na Tijuca, zona norte do Rio de Janeiro. O delegado titular da 19º Delegacia de Polícia (DP), que fica a 200 metros do local do crime, pediu ainda à Justiça a prisão temporária por trinta dias dos dois policiais.

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"Estou convencido da intenção deles de matar. Acredito que tenha sido um erro lamentável, mas o carro da família de João e o dos criminosos que eles perseguiam são totalmente diferentes. Eles atiraram para matar, mesmo que no carro errado", disse Oliveira. O delegado informou que foram fundamentais as imagens do circuito de segurança do prédio que fica quase em frente ao local do crime.

A mãe de João, a advogada Alessandra Soares, voltava para casa quando percebeu que um carro da Polícia Militar (PM) vinha em alta velocidade atrás dela. Ao encostar para dar passagem aos PMs, ela foi surpreendida com o fuzilamento do seu carro, um Fiat Palio grafite. Os policiais perseguiam um Fiat Stilo preto, mas confundiram os carros. Eles desceram do veículo policial e dispararam pelo menos 15 tiros contra o carro da advogada.

João foi atingido por uma bala na nuca, outra nos glúteos e ainda foi ferido de raspão na orelha. O menino teve morte cerebral diagnosticada ontem. Os pais autorizaram a doação dos órgãos, mas apenas as córneas puderam ser aproveitadas. Ele será enterrado nesta terça no Cemitério do Caju, no Rio de Janeiro.

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