O governo da Índia deu sinal verde para a exportação de vacinas contra a Covid-19, e as primeiras remessas serão envidas ao Brasil e ao Marrocos nesta sexta-feira (22), segundo o ministro de Relações Exteriores, Harsh Vardhan Shringla, disse à agência de notícias Reuters.
O imunizante é desenvolvido pela Universidade de Oxford em parceria com a AstraZeneca e estão sendo fabricadas no Instituto Serum, na Índia. No Brasil, a vacina será feita, também com resultado de uma parceria, pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).
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O governo vinha tentando antecipar desde dezembro o lote de imunizantes.
O objetivo do governo era que as primeiras doses fossem usadas para dar a largada na campanha de vacinação no Brasil. Uma cerimônia no Planalto estava sendo preparada para a ocasião.
Ao longo de semanas, o chanceler Ernesto Araújo coordenou esforços para conseguir a liberação da carga a tempo de garantir o cronograma desejado pelo Planalto. O ministro, no entanto, não obteve êxito.
Em uma entrevista na segunda-feira (18), o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, chegou a mencionar o fuso horário como uma das dificuldades diplomáticas. Nova Déli está oito horas e meia à frente do Brasil.
Foram várias as gestões diplomáticas. Bolsonaro enviou uma carta ao premiê Narendra Modi em 8 de janeiro pedindo urgência na concessão da autorização. Dias depois, Ernesto telefonou para seu contraparte no país asiático, Subrahmanyam Jaishankar.
Na segunda, Bolsonaro recebeu no Palácio do Planalto o embaixador da Índia, Suresh Reddy, em novo apelo. Porém, segundo Pazuello, a previsão seguia em um inconclusivo “deverá ser resolvido nos próximos dias desta semana”.
A principal crítica contra Ernesto é que ele deveria ter sido claro sobre as dificuldades políticas para que a Índia desse luz verde para a venda, uma vez que Nova Déli não quis possibilitar a venda antes de iniciar a sua própria campanha de vacinação algo que ocorreu no sábado (16).
Além do mais, os indianos estabeleceram um plano que prevê o envio de doses primeiro para nações vizinhas (Butão, Maldivas, Bangladesh, Nepal, Mianmar e Seychelles). O comunicado divulgado pela chancelaria indiana não cita o Brasil.