Pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde com jovens que se alistaram no Exército durante cinco anos (1996 a 2000) revela que eles têm um índice de contaminação com o HIV – vírus causador da aids – bem mais baixo do que a taxa nacional (0,14% contra 0,5%) e que usam mais camisinha do que os jovens em geral (49,7% contra 44%). Mas o estudo mostra que os alistados estão muito desinformados. Em 2000, 56% acreditavam que podiam ser infectados no vaso sanitário, 51% achavam que corriam risco no dentista, 58% disseram que podiam pegar a doença em piscinas e 38%, sendo picados por mosquitos. Para o estudo, cerca de 23 mil alistados no País inteiro (jovens entre 18 e 22 anos) responderam perguntas sobre comportamento sexual e outros 28 mil foram testados – em 2000 – para saber as taxas de contaminação com o HIV. O ministério se preocupou em realizar a pesquisa com alistados (antes de serem recrutados) para evitar preconceito futuro no Exército. “Ficamos contentes com os resultados porque mostram que estamos atingindo nossa meta e elevando o uso de preservativo entre os jovens”, ressaltou Draurio Barreira, chefe de epidemiologia da Coordenação Nacional de Aids do ministério. “Mas é preocupante que o nível de desinformação seja tão grande”, acrescentou. “O nosso universo é geral, de pessoas que se apresentaram e se alistaram antes de serem selecionadas. Com isso, tivemos uma amostra geral da população masculina jovem e ainda evitamos discriminação”, explica Barreira. A pesquisa investigou o comportamento sexual para saber os riscos reais de contaminação com HIV e outras doenças sexualmente transmissíveis. Do total, 83% disseram que são sexualmente ativos (3,2% são homossexuais). Uma grande proporção inicia a vida sexual aos 14 anos (20%) e muitos (20%) já tiveram mais de dez parceiros na vida. O questionário indicou que, quanto mais parceiros o jovem tem, mais insegura é a relação sexual. Entre os que relataram ter tido mais de 20 parceiros, apenas 39% usaram camisinha. O porcentual de uso de perservativo sobe para 55% nos que tiveram até cinco parceiros. Quem tem mais educação também é mais precavido – em 2000, 51% dos que já tinham o primeiro grau completo disseram usar camisinha, contra 49% nos que declararam não ter concluído o primeiro grau.
Incidência do HIV é menor entre jovens alistados
2 minutos de leitura
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna