As florestas de cinco fazendas do sul do Pará estão ardendo em chamas. Os fazendeiros acusam invasores sem terra de provocar os incêndios para forçar o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) a desapropriá-las.
Em Santana do Araguaia, três mil hectares da fazenda Cristalino foram consumidos pelo fogo. Em outra área do município, que faz fronteira com o Estado de Mato Grosso, grandes extensões de mata foram queimadas nas fazendas Vitória Régia, Ouro Verde e Quixadá.
Em Marabá, o incêndio atinge 4,8 mil hectares da fazenda Pioneira, 1.500 dos quais foram completamente destruídos. Os incêndios estão prejudicando o pouso e decolagem de pequenos aviões. Milhares de cabeças de gado estão sendo removidas pelos fazendeiros de uma fazenda para outra.
A fumaça também coloca em risco o tráfego de veículos pelas estradas da região. O corpo de bombeiros de Marabá não possui estrutura para combater os incêndios.
“Como estamos em ano eleitoral, aqui no Pará as invasões e os incêndios criminosos se multiplicam. O pior é que as autoridades nada fazem. É terra sem lei”, desabafa o fazendeiro Luiz Ernani Bastos. No caso da fazenda Pioneira, o problema é ainda mais grave. Espécies nativas, como a castanheira, protegida por lei, também foram destruídas.
O gerente Geraldo Diniz, da Carajás Florestal, empresa que administra a propriedade, acusa a Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf) de destruir com fogo uma Reserva Particular de Patrimônio Natural (RPPN). Desde 2007 a Fetraf mantém invasores na área, mas nega ter incendiado a mata.