Um incêndio atingiu nesta terça-feira (17) um dos mais antigos casarões da capital mineira, tombado como patrimônio histórico municipal. A construção, localizada no bairro Venda Nova, região norte da cidade, foi erguida no final do século 19 e estava sendo preparada para se transformar num centro cultural. O fogo destruiu o piso, o forro, parte do telhado e da estrutura de madeira do imóvel. "Por se tratar de um bem tombado, entraremos com uma representação na Polícia Civil de modo que se apure as causas do incêndio, com notificação ao Ministério Público para que também abra uma investigação", disse o procurador geral do município, Marco Antônio Rezende Teixeira.

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"A cidade perde com isso um patrimônio. Se foi, efetivamente, praticado um ilícito em relação ao bem historio, é um crime de ação pública e compete ao Ministério Público processar o responsável", explicou Teixeira. O casarão é particular e a prefeitura de Belo Horizonte informou que já havia iniciado um processo de desapropriação. Conhecida como Casa Azul e Branca, a construção estava abandonada.

A principal suspeita Corpo de Bombeiros é que o fogo tenha sido provocado por moradores de rua que costumavam habitar o local. Conforme a delegada Gislaine Rios, vizinhos disseram que três andarilhos freqüentemente utilizam o casarão como abrigo e faziam uso de um fogareiro para esquentar comida. De acordo com os bombeiros, o incêndio teve início às 2h20 e foi controlado cerca de uma hora depois. A área em torno do casarão precisou ser interditada, pois o que restou do telhado corria o risco de desabar.

O procurador observou, porém, que ainda não está afastada a possibilidade de a prefeitura desapropriar o imóvel e dar a ele uma nova destinação. Técnicos deverão fazer uma avaliação no local na próxima semana. Se for possível, o casarão será recuperado para que seja instalado o centro cultural. O casarão centenário foi tombado em 2003 pelo Patrimônio Histórico Municipal. No mês passado, moradores da região de Venda Nova promoveram um ato pedindo a recuperação e a transformação do imóvel num espaço de cultura e lazer. A prefeitura não divulgou o nome do dono do casarão, que não foi localizado pelo Estado.

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