Imprudência mata 32 em choque de ônibus

A colisão frontal entre dois ônibus de viagem da mesma empresa, próximo ao km 538 da Rodovia Raposo Tavares, no Estado de São Paulo, por volta das 23h30 de domingo, resultou na morte de 32 pessoas. Outras 21 foram socorridas em hospitais de Presidente Prudente e de Regente Feijó. Dessas, 11 estão em estado grave.

O trecho da rodovia em que o acidente ocorreu é de pista simples. Há uma curva acentuada nas proximidades. Os dois coletivos pertencem à empresa de Transportes Andorinha. Um deles ia de Bauru para Presidente Prudente, com 38 passageiros, e o outro de Colorado, no Paraná, para a capital paulista, transportando 14 pessoas.

Segundo o diretor regional do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), João Augusto Ribeiro, a imprudência causou o choque entre dois ônibus. Com base em observações próprias, e na análise preliminar feita por técnicos da Polícia Científica no local do acidente, ele concluiu que um dos ônibus invadiu a outra pista, provavelmente durante uma ultrapassagem mal-sucedida.

Na hora do acidente não chovia e a visibilidade era boa. Para João Augusto Ribeiro, o acidente foi causado pelo ônibus que seguia no sentido Colorado-São Paulo, cujo motorista tinha melhor visão da estrada, e o veículo estava com um número menor de passageiros.

O ônibus, que saíra de Colorado, às 19h, havia feito uma parada, 20 minutos antes do acidente, em Presidente Prudente. Segundo Ribeiro, o veículo, que seguia para São Paulo, invadiu a pista contrária e bateu de frente em outro ônibus da mesma empresa, que fazia o trajeto oposto. Esse ônibus saíra de Bauru e seguia para Prudente. Prefeitos da região reclamam há anos a duplicação da Raposo Tavares entre Assis e Presidente Prudente. No fim do ano passado, uma empreiteira contratada pelo DER concluiu a duplicação de 23 km entre Prudente e o trevo de Taciba.

As obras pararam a 3 km do local da colisão. Falta ainda a duplicação de 96 km. Para o diretor do DER, as condições da estrada não tiveram influência no acidente. ?O lugar é plano, com uma inclinação leve, e o asfalto não tem defeitos.? Segundo ele, o movimento era muito pequeno na hora da batida. Durante o dia, o trecho é bastante utilizado pelos caminhões de uma usina para o transporte de cana. Ribeiro não confirmou a informação de que um dos ônibus tentava ultrapassar um trem canavieiro. ?Ninguém viu o que aconteceu.?

Ele disse que os bombeiros e as equipes de socorro do DER chegaram ao local em poucos minutos. A rodovia foi totalmente interditada e o trânsito passou a ser desviado para a Rodovia Assis Chateaubriand, via Rancharia e Martinópolis. Isso evitou que se formassem congestionamentos.

Acidente envolveu seis paranaenses e quatro morreram

Lígia Martoni

Dos seis paranaenses que viajavam no ônibus que deixou Colorado na noite de domingo, quatro morreram no momento do acidente, conforme divulgou a assessoria de imprensa da empresa de transportes Andorinha. O casal Moacir José Menossi, de 60 anos, e Marlene de Oliveira Menossi, 49, iam para São Paulo para resolver pendências do trabalho de Moacir. Outras duas vítimas fatais embarcaram em Santo Inácio e eram irmãos, um de 13 anos e outro de 15 anos. Os outros dois paranaenses que estavam no ônibus ficaram feridos e estão internados em hospitais de Presidente Prudente (SP).

O genro do casal morto, Antônio Augusto dos Santos, ficou sabendo da morte dos sogros pela televisão, na manhã de ontem. Segundo Augusto, Moacir havia acabado de prestar um serviço no Mato Grosso para uma empresa paulistana e estaria indo para São Paulo assinar documentos. A notícia da tragédia veio pelo noticiário da TV. ?Coincidentemente liguei a TV pela manhã e vi a notícia do acidente dizendo que um dos ônibus tinha saído de Colorado. Escondi da minha mulher e liguei para minha cunhada para confirmar, mas na hora achei que tinham morrido pelo estado dos ônibus?, conta.

O casal deixou três filhos e cinco netos. O enterro das duas vítimas foi feito ainda na tarde de ontem, em Colorado.

Empresa costuma transportar 400 mil passageiros por mês

Sorocaba, SP (AE) – A empresa Andorinha vai dar assistência às famílias das vítimas do acidente com dois ônibus, que causou a morte de 32 pessoas e deixou 21 feridos – 11 em estado grave – no final da noite de domingo, em Regente Feijó, no extremo oeste de São Paulo. ?Vamos assumir todas as responsabilidades e tentar amenizar o sofrimento das famílias?, disse o gerente-geral José Eduardo Carvalho Chaves.

A empresa assumiu o translado dos corpos e o sepultamento, além das despesas médico-hospitalares dos feridos. Ele disse que o acidente foi o mais grave já ocorrido nos 60 anos da Andorinha. Um dos ônibus envolvidos era um carro extra, pois o carro normal da linha tinha saído lotado de Colorado, no Paraná. ?Foi uma coincidência trágica, pois os dois ônibus tinham percursos diferentes e normalmente não se cruzam.?

O ônibus extra passou por Presidente Prudente às 23h20, com apenas 14 passageiros, além do motorista, e seguia em direção a São Paulo. O ônibus que faz a linha Bauru-Presidente Prudente passara antes por Marília e Assis, tinha 39 passageiros além do motorista, e estava a cerca de 15 minutos do destino.

 A empresa Andorinha S/A, tem uma frota de 374 veículos e transporta 400 mil passageiros por mês. As linhas perfazem 36 mil quilômetros e atingem 8 estados brasileiros, além da Bolívia. Mensalmente são percorridos 4,5 milhões de quilômetros, segundo o gerente-geral José Eduardo Carvalho Chaves.

A maioria das linhas é operada a partir de Presidente Prudente, matriz da empresa.

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