São Paulo – Três anos depois da primeira implosão, que destruiu em 2002 três prédios da antiga Casa de Detenção, que ficou conhecida como Carandiru, 200 quilos de dinamite devem colcocar abaixo hoje mais dois dos sete pavilhões. Os dois restantes serão mantidos para preservar a história do presídio que se transformou em símbolo da superlotação carcerária e do desprezo aos direitos humanos. Inaugurada em 1956 pelo então governador Jânio Quadros, a Casa de Detenção foi feita para 3.250 presos, mas foi ampliada para abrigar 6.300 e chegou a abrigar mais de 8 mil.
Palco da chacina de 111 presos em 1992 e de uma megar-rebelião simultânea em 29 presídios paulistas, a desativação da Casa de Detenção foi anunciada pelo governador Geraldo Alckmin em março de 2001, que decretou ?o fim do inferno?. Em seu lugar surgiu o Parque da Juventude, que agora será ampliado. Hoje, Alckmin aciona o detonador que iniciará uma série de 1.500 explosões seqüenciais que tombarão os pavilhões.
A implosão está marcada para 11h e o primeiro pavilhão a cair será o 2. A seguir o 5. Em apenas quatro segundos os dois prédios vão virar entulho. A previsão é que a limpeza do local dure quatro meses. A reforma dos pavilhões que serão mantidos deve durar um ano. A unidade 4 será transformada em escola técnica estadual e o térreo abrigará o museu do computador. No pavilhão 7, os dois primeiros pavimentos abrigarão o Instituto de Promoção da Saúde. Na área cultural haverá cursos de dança, restauro artístico, música e artes cênicas. O projeto original não previa a demolição dessas unidades, porém, segundo o governo, a recuperação dos prédios é muito cara e o projeto teve de ser alterado. No espaço serão construídos também um centro de exposições e um teatro, este em parceria com a iniciativa privada. A primeira fase do Parque da Juventude foi inaugurada em setembro de 2003: um parque esportivo, com 10 quadras esportivas, pistas de skate e de cooper, vestiários, lanchonete e estacionamento.