Araçatuba – O agente tributário Ramão Torres Martins, de 49 anos, voltou a caminhar nesta semana depois de mais de três meses vivendo numa cadeira de rodas. Os primeiros passos foram possíveis após Martins ser submetido a um implante de células-tronco para evitar a amputação da perna esquerda, atingida por uma trombose arterial (formação de coágulo que impede a circulação sangüínea nas artérias). A cirurgia, realizada em 11 de maio no Instituto de Moléstias Cardiovasculares (IMC), de São José do Rio Preto, foi a primeira do mundo fora da China e do Japão e está sendo considerada, até agora, um sucesso pelos médicos.
Com ajuda de muletas, Martins caminha devagar por sua casa, em Campo Grande (MS), onde mora com a mulher e dois filhos. Agora, está livre das fortes dores que o impediam de se locomover antes da cirurgia.
?Estou caminhando de novo, bem devagarzinho, mas já dou os primeiros passos?, diz. ?Graças a Deus não sinto mais as dores fortes e dá para andar um pouquinho em casa.?
Quando chegou a Rio Preto, na primeira semana de maio, em uma cadeira de rodas, Martins tomava altas doses de analgésicos para se livrar da dor e as indicações médicas lhe davam 90% de chances de amputar a perna. Quando deixou Rio Preto em 13 de junho, 34 dias depois do implante, as chances de não perder o membro eram de 95%.
Martins disse que se animou com a possibilidade de voltar a caminhar com as duas pernas depois de ficar sabendo que um implante de células-tronco poderia salvar sua perna esquerda. ?Rezo para que minha recuperação continue e daqui a alguns meses esteja caminhando sem ajuda de muletas?, conta. O médico responsável pela cirurgia, José Dalmo Araújo, disse ontem estar animado com a recuperação de Martins: ?Ele até parou de tomar os analgésicos e a cicatrização da amputação que sofreu de dois dedos está se desenvolvendo muito bem.?
Segundo ele, as informações que têm recebido dos médicos de Campo Grande são animadoras. ?Eles dizem que a temperatura da perna mostra que a circulação está voltando ao normal e o processo de cicatrização está avançando?, disse. Segundo o cirurgião, esse tipo de reação demonstra que a cirurgia vem apresentando o sucesso esperado.