Impeachment é um blefe da oposição

O presidente da CPMI dos Bingos, senador Efraim Morais (PFL-PB), admitiu, em entrevisa ao jornalista Guillermo Rivera do site Congresso em Foco que a oposição dificilmente reunirá os votos necessários na Câmara para abrir processo de impeachment contra o presidente da República. Segundo ele, não há condições políticas para levar adiante um eventual processo de impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Efraim Morais é presidente da comissão parlamentar de inquérito que mais embaraços tem criado ao governo, a CPI dos Bingos. ?O pedido não é de responsabilidade exclusiva do Congresso. Nós parlamentares, principalmente da oposição, sabemos que não temos como fazer o impeachment do presidente Lula?, admitiu o ex-líder da minoria no Senado. Efraim aponta duas razões para não acreditar no impedimento de Lula: a falta de apoio da sociedade civil para a iniciativa, e o fato de a oposição não possuir o número de votos necessários para levar a proposta adiante na Câmara. ?Dificilmente o presidente da Câmara, Aldo Rebelo, concordará com a abertura de um processo, mesmo que este processo venha com muitas provas?, lamenta o senador.

Ele discutiu o assunto ontem com representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que criou uma comissão para estudar a possibilidade de a entidade propor o impeachment do presidente Lula. Presidente daquela que chegou a ser apelidada pelo governo de ?CPI do Fim do Mundo?, dada a diversidade dos assuntos investigados, o pefelista nega que a oposição tenha controle total sobre a comissão e critica o Planalto por tentar impedir a prorrogação das investigações nas CPMIs dos Correios e do Mensalão.

?Essa história de dizer que a CPI dos Bingos é uma CPI de oposição é um discurso do governo, que se preocupa com o fato de a CPI estar indo buscar a verdade sobre as denúncias que têm sido feitas?, contra-ataca. ?Antes de chegar ao fim do mundo, chegaremos à verdade.? Mas é para a comissão que a oposição tem concentrado as denúncias mais incômodas ao PT e ao governo, como a suposta doação de dólares de Cuba para a campanha presidencial de 2002, o assassinato dos prefeitos petistas Celso Daniel (Santo André) e Toninho do PT (Campinas), e o caso Waldomiro Diniz.

Na entrevista, concedida pouco antes do depoimento do ministro da Fazenda na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Efraim não afastou a possibilidade de convocar Antonio Palocci a prestar esclarecimentos à CPI. ?Todo mundo sabe a diferença entre um depoimento na CAE e um, mais forte, em uma CPI. A partir daí, o ministro já não se mostra convincente em seu depoimento. E, se não for convincente, deverá ser aprovado o requerimento para que ele deponha na CPI dos Bingos?, afirma.

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