Impasse entre governo e oposição adia mais uma vez votação do orçamento

Brasília – O impasse entre governo e oposição em torno de uma proposta de consenso quanto ao anexo de Metas e Prioridades adiou, mais uma vez, a votação do orçamento de 2008. Em reunião nesta quinta-feira (6), a oposição disse que concordar com a proposta feita em reunião ontem (5) pelo líder do PT na Câmara dos Deputados, Maurício Rands (PE), de dividir os R$ 534 milhões do anexo proporcionalmente entre os estados. O governo alega que a oposição está dificultando as negociações.

"É preciso unir as propostas integralmente. O que acontece é que a cada dia que vamos conversar com a oposição, existe um pleito diferente", disse a líder do governo no Congresso, senadora Roseana Sarney (PMDB-MA).

Ela e o relator do orçamento, deputado José Pimentel (PT-CE), disseram que a oposição quer, agora, aumentar os repasses feitos aos estados por meio da Lei Kandir. "O [senador piauiense] Heráclito [Fortes, do DEM] disse que só aceita acordo, se aumentar a Lei Kandir", afirmou Pimentel.

A oposição, por sua vez, negou veementemente que tivesse exigido o aumento da Lei Kandir como condição para aprovar o orçamento e disse que quem está dificultando a aprovação da matéria é a própria base governista no Congresso Nacional. "Esse argumento é falho, é fraco e não é convincente. Estamos com a proposta feita pelo deputado Maurício Rands. Ela é um bom caminho para a substituição do anexo. Agora só resta a base do governo", disse Heráclito Fortes.

O líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), concorda com a proposta de Maurício Rands, mas defende que a votação precisa ser feita "de forma clara". "Não concordamos de jeito nenhum com a manutenção do anexo de prioridades e simpatizamos com a proposta do Rands.".

O presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), evitou comentar o impasse, afirmando que não entraria no mérito das discussões porque não há acordo. Para por fim às discussões, uma nova reunião entre governo e oposição foi marcada para terça-feira (11). A idéia é ter uma proposta de consenso para votar o orçamento na manhã de quarta-feira (12).

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