Estruturado para receber de 15 a 20 corpos por mês, o Instituto Médico Legal (IML) de Teresópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, entrou em colapso com a chegada de 175 vítimas retiradas de escombros – até as 18 horas de ontem. A prefeitura teve de improvisar: comprou um contêiner frigorífico para abrigar os corpos. Um cheiro muito forte tomava conta do local e funcionários diziam que lá dentro havia corpos empilhados por falta de espaço.

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A situação era tão dramática que, na manhã de ontem, depois de uma noite sem dormir, o juiz José Ricardo Ferreira de Aguiar, da Vara de Família, chegou a dizer, ironicamente: “Prometo dar nome de rua a quem me arranjar uma câmara frigorífica”. Àquela altura, ele já tinha buscado ajuda em diversos órgãos oficiais – sem encontrar uma solução. À tarde, um caminhão frigorífico da Bom Jesus Comércio e Indústria de Pescado estacionou em frente à delegacia onde funciona o IML.

Mas chegou um alerta da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) dando conta de que o uso do veículo para armazenamento de cadáveres o inutilizaria no futuro para transportar pescados. O ouvidor-geral da prefeitura, Ricardo Raposo, anunciou depois a compra do contêiner, que será doado ao IML futuramente.

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