Um estudo do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) mostra que o desmatamento do bioma deve subir no período de agosto deste ano a julho de 2012. A maior parte das florestas sob risco está no Pará.
O boletim estima para o período analisado uma taxa de desmatamento anual de 7.134 km² – um aumento de 10,5% em relação ao observado em 2009/2010, quando foram destruídos 6.451 km² de floresta. A previsão reflete as últimas informações sobre desmatamento, que apontam alta no corte de árvores da Amazônia.
De acordo com o estudo, as áreas com maior probabilidade de desmatamento se concentram ao longo das Rodovias Transamazônica (BR-230) e Cuiabá-Santarém (BR-163), além da região da Terra do Meio, no Pará. O mapeamento foi feito por meio de um modelo computacional que levou em conta o padrão do desmatamento ocorrido no passado na Amazônia e as condições de acesso às áreas.
O pesquisador do Imazon Márcio Sales, estatístico e mestre em geografia pela Universidade da Califórnia em Santa Barbara (EUA), explica alguns fatores incluídos nesse modelo. A distância para estradas e rios navegáveis é importante, pois, quanto mais perto deles, mais fácil é para chegar ao local e escoar a madeira explorada. A topografia das áreas também foi observada – áreas com muita declividade são mais difíceis de aproveitar para outras atividades, como agricultura.
As áreas mais problemáticas são as privadas – correspondem a 65% das que estão sob risco. Os assentamentos aparecem em segundo lugar (24%). Os três municípios que mais preocupam estão no Pará. No primeiro, Pacajá, podem ser desmatados 250 km² – o equivalente a metade do município de Bertioga (SP). Altamira pode perder 170 km² de floresta (área maior que o município de Guarujá) e São Félix do Xingu, 140 km² (área semelhante à de Cubatão). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.