As imagens de câmeras da Unidade de Polícia Pacificadora da Rocinha (UPP) analisadas por peritos do Ministério Público que mostram homens do Batalhão de Operações Especiais (Bope) transportando o que poderia ser o corpo do auxiliar de pedreiro Amarildo de Souza vão dar origem a um novo inquérito no Ministério Pública. A possível participação do Bope na morte e a ocultação do cadáver do pedreiro serão investigadas pela 15ª Promotoria de Investigação Penal (PIP).

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As alegações finais da promotora Carmem Eliza Bastos no processo contra 25 policiais militares da UPP da Rocinha acusados da morte de Amarildo já foram entregues à Justiça no dia 17 de junho.

Dias antes de concluídas essas alegações, disse a promotora, peritos identificaram em um dos quatro carros do Bope que passaram no dia 14 de julho de 2013 em direção à sede da UPP um “volume” que pode ser um corpo embolado em uma capa preta.

Causa estranheza à promotora o fato de justamente esse carro ter tido o GPS desligado por 58 minutos dentro da Rocinha e de o Bope ter demorado duas horas (de 22h às 0h) para chegar à UPP depois de acionado pelo então comandante da unidade, major Edson Santos, quando as ações do batalhão especial exigem rapidez.

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Pelo GPS dos outros veículos, foi possível também identificar que o comboio do Bope parou por dois minutos em um ponto da comunidade que não podia ser filmado por câmeras.

Segundo a promotora, dez policiais do Bope mostrados pelas imagens de câmeras de segurança já foram ouvidos pelo MP no início do inquérito e negaram participação na morte de Amarildo. Disseram também que o Batalhão foi convocado por causa de uma ameaça de ataque de traficantes, versão semelhante à dada pelo então comandante da UPP.

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Carmem Eliza Bastos ainda não sabe se a descoberta do MP pode ajudar a encontrar o corpo do pedreiro, ainda desaparecido.

“Vamos começar a investigação nesse sentido. Não podemos dizer que era um corpo (carregado na caçamba do carro do Bope) e que vamos chegar ao corpo”, ressaltou.