Uma das igrejas mais conhecidas do Rio comemora hoje os 200 anos de sua inauguração oficial. A Igreja da Candelária, no centro da cidade, recebeu sua primeira missa em 1811, apesar de ter passado por grandes modificações ao longo dos anos, até receber seu formato atual, em 1898.
Com características que misturam o barroco português ao art nouveau e decoração neorrenascentista, a igreja é um dos principais símbolos da região, marcando o encontro de suas principais avenidas: a Rio Branco e a Presidente Vargas. Seus portões de bronze, as três grandes naves e a cúpula que chega a 62 metros de altura se destacam em sua estrutura.
A Candelária nasceu como uma pequena capela, erguida em 1609 no local da atual igreja. A construção foi financiada por um casal de espanhóis que chegou ao Brasil de navio após enfrentar uma forte tempestade no mar.
Durante a tormenta, eles haviam prometido erguer um templo em homenagem a Nossa Senhora da Candelária, padroeira dos navegantes, caso sobrevivessem.
Mais imponente
Em menos de 30 anos, a capela foi elevada ao status de matriz de paróquia e passou por reformas até a segunda metade do século seguinte, quando o projeto de uma nova igreja, mais imponente, foi encomendada ao engenheiro militar Francisco João Roscio.
“Ele criou um projeto megalomaníaco, inédito na cidade do Rio e que era anunciado como o maior templo da América Latina”, relata o historiador Nireu Cavalcanti.
A obra era tão cara que exigiu a criação de uma loteria para custeá-la. Em 1811, a nave central e o altar-mor estavam concluídos. “Na ocasião da inauguração, a Candelária ainda não tinha todos os seus detalhes, mas recebeu a primeira missa depois da grande construção”, conta Cavalcanti.
O nome da igreja ficou associado ao assassinato de seis menores de idade e dois moradores de rua por policiais militares em julho de 1993, no episódio conhecido como chacina da Candelária. Os criminosos abriram fogo contra dezenas de jovens que dormiam nas proximidades da igreja.