A polícia já identificou 21 hospitais privados em 11 cidades do Estado de São Paulo onde havia suspeita de receptação dos medicamentos desviados de hospitais públicos do Estado, segundo informações da Secretaria de Segurança Pública. Cerca de 50 agentes da Vigilância Sanitária percorreram as 21 unidades privadas de saúde, nas quais havia suspeita de receptação dos remédios desviados, para checar notas fiscais e comunicar a polícia em caso de indício de origem ilícita dos produtos.

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A ação fez parte da operação Medula, deflagrada hoje pela força-tarefa do governo do Estado de São Paulo. Ela é composta por profissionais das secretarias de Estado da Segurança Pública e da Saúde e da Corregedoria Geral da Administração e tem por objetivo desmontar uma quadrilha que desviava medicamentos de hospitais públicos para revendê-los a clínicas e hospitais particulares do País.

Nove pessoas foram presas pela manhã e duas pessoas continuam sendo procuradas pela polícia. Há ainda nove mandados de busca e apreensão que estão sendo cumpridos por cerca de 64 policiais civis. Nos últimos dois meses, oito pessoas já haviam sido detidas – três funcionários terceirizados de Santo André e um empresário, um funcionário terceirizado e três funcionários públicos na capital paulista.

Os crimes, de acordo com a SSP, ocorriam desde 2007 em diversos locais. O alvo dos criminosos eram remédios caros, utilizados no tratamento de câncer, hipertensão pulmonar, dor crônica, endometriose e doenças psiquiátricas, entre outros. O prejuízo aos cofres públicos foi estimado em R$ 40 milhões.

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Investigação

A investigação, iniciada há cerca de um ano, detectou ligações entre roubos e furtos ocorridos no Hospital do Servidor Público Estadual, Instituto do Câncer de São Paulo e Farmácia Estadual da Vila Mariana, na capital, e Hospital Estadual Mário Covas, em Santo André. A investigação abrangeu 13 distribuidoras, das quais uma em São Paulo, cinco no Grande ABC, uma no litoral sul, três no interior e uma no Recife.

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Com base no rastreamento de vendas realizadas a unidades de saúde particulares, cruzamento de informações e em depoimentos de funcionários já presos por acusação de participar do esquema, foi possível mapear o caminho dos medicamentos desviados, que tiveram como destino 50 cidades em 20 Estados e no Distrito Federal.

Foram mapeadas vendas realizadas para municípios de São Paulo, Bahia, Pará, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Ceará, Sergipe, Paraíba, Maranhão, Mato Grosso, Amazonas, Pernambuco, Goiás, Espírito Santo, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Rondônia, Amapá e Distrito Federal.