Brasília – Estudos feitos pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) mostram que o contribuinte brasileiro trabalha 146 dias do ano só para pagar impostos e taxas. Segundo o presidente do IBPT, Gilberto Luiz do Amaral, até o dia 26 de maio o cidadão trabalha somente para pagar impostos e taxas cobrados pelos governos federal, estadual e municipal. "O estudo foi feito com base no cálculo médio da tributação sobre a renda, o patrimônio e o consumo no país", disse Gilberto Luiz.

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De acordo com o presidente do IBPT, a maior incidência da tributação é sobre a renda – Imposto de Renda e Contribuições Previdenciárias, em seguida a incidência se dá sobre o patrimônio – Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), depois a tributação se dá sobre o consumo – bens e serviços.

Gilberto Luiz informou que sobre o consumo a incidência de impostos está embutida sobre diversas formas de tributos e contribuições como Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), PIS/Cofins, Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Imposto sobre Serviços (ISS), Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) e Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) além de Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e Contribuição sobre o Lucro Líquido (CSLL).

De acordo com o estudo feito pelo IBPT, a classe média é a que mais paga tributos, depois vem a classe alta, que paga mais tributos sobre a renda, enquanto que a classe baixa paga mais impostos sobre o consumo. Segundo o presidente do instituto, o brasileiro paga em média 30% de impostos nas compras em supermercados, 48 % no consumo de energia elétrica, 53 %
nos combustíveis, 35 % nos medicamentos, 45 % nos enlatados e 18 % na cesta básica.

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"A população tem que ser mais participativa. Tem que exigir a redução da carga tributária e melhor aplicação do dinheiro público. A população tem que exigir postura mais eficiente dos gestores e cobrar melhor gestão do dinheiro público", observou Gilberto Luiz. Ele afirmou que "a corrupção é o principal ralo por onde sai o dinheiro público".

O presidente do IBPT disse que mesmo com os aumentos de impostos verificados nos últimos 35 anos, quando a carga tributária "praticamente dobrou", falta dinheiro para investimentos e ações em prol do cidadão. "Mesmo com os aumentos de impostos, o dinheiro nunca é o bastante para os investimentos. Todos dizem que faltam recursos para saúde, saneamento,
escolas, segurança, etc.".

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Segundo ele, ao invés de racionalizar os gastos públicos, "os governantes buscam a política mais fácil, que é aumentar impostos".