Humberto está com um pé fora do governo

Brasília – Humberto Costa (PT) já é considerado ex-ministro da Saúde até por seus correligionários. Segundo um ministro do núcleo político do governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já teria indicado a Costa que ele não deve ser mantido no cargo com a reforma ministerial, prevista para ocorrer após a troca de comando do Congresso. A situação seria tão frágil que até seus amigos se revelam preocupados com o "day after" de sua saída, considerada iminente.

Depois de se ver obrigado a demitir auxiliares que se envolveram em denúncias de corrupção no comércio de sangue, Costa amargou um grande desgaste. De virtual candidato a governador de Pernambuco em 2006, ele é visto hoje como carta fora do baralho e o nome forte do PT para a disputa é o do prefeito do Recife, João Paulo.

No Congresso, o tiroteio maior contra o ministro vem do PP, que indicou o secretário Nacional de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do ministério, Luiz Carlos Bueno. Segundo um pepista de expressão nacional, Bueno foi colocado no posto há dez meses, mas em todo esse período jamais teve um despacho com o ministro, que se nega a recebê-lo. O ministro ainda teria baixado portaria repassando à sua chefia de gabinete várias atribuições do secretário.

Um colaborador presidencial diz que o ministro apenas "criou um cordão sanitário" em torno do secretário, por não considerá-lo confiável. Mas os pepistas sustentam que ele é um quadro técnico de qualidade e respeitável consultor da Unesco. Em meio ao diz-que-diz, Bueno teria aproveitado o enfraquecimento do ministro para, em represália, demitir quatro auxiliares petistas.

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