O Hospital das Clínicas (HC) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) reabre gradualmente a partir desta quarta-feira (1º) as internações, atendimentos clínicos e cirúrgicos eletivos, suspensos desde o dia 23 para evitar riscos de contaminação por uma variante da bactéria Enterococcus faecium, resistente a antibióticos convencionais. Segundo informou o superintendente em exercício do hospital, Manoel Bértolo, o Comitê de Controle Interno da bactéria conseguiu controlar a colonização da bactéria nas enfermarias.
Desde o registro do primeiro caso de paciente colonizado, há duas semanas, o HC identificou 61 pacientes contaminados. Nenhum deles ficou com infecção, o maior risco no caso de colonização pela E. faecium. Embora os especialistas digam que a variante encontrada nos pacientes não cause maiores prejuízos à saúde, se comparada à bactéria suscetível aos antibióticos comuns, as medidas de restrição foram tomadas em caráter preventivo, disse Bértolo. Isso porque o risco de infecção por meio de bactéria cresce entre pacientes que passam por procedimentos cirúrgicos.
Bértolo informou que os pacientes liberados não correm riscos de ter uma infecção, a não ser que passem por um procedimento cirúrgico. Nesses casos, os médicos deverão tomar conhecimento do histórico do paciente e adotar precauções necessárias, segundo informou o presidente do Centro de Controle de Infecções Hospitalares, o infectologista Plínio Trabasso.
E. faecium
Segundo informou a superintendência do hospital, a E. faecium é uma bactéria que faz parte da flora natural do ser humano em condições normais de saúde. A forma variante encontrada em 61 pacientes demonstrou ser resistente aos antibióticos comumente utilizados. A variante resistente seria suscetível apenas a um tipo de antibiótico, o que restringe muito o tratamento em casos de infecções, informaram os médicos.