Hosmany é preso na Islândia e quer acabar livro no país

O ex-cirurgião plástico Hosmany Ramos foi preso na semana passada na Islândia ao tentar entrar no país usando o passaporte do irmão. Ele disse que pretende permanecer na Islândia a fim de terminar a autobiografia. Hosmany está foragido da Justiça brasileira desde o fim de 2008, quando deixou a cadeia no interior de São Paulo com o benefício da saída temporária para o Natal. Condenado a 15 dias (isso mesmo, 15 dias), ele classifica a prisão islandesa como um “hotel quatro-estrelas” e espera permanecer na Europa.

O Brasil não tem acordo de extradição com a Islândia, mas pode usar um pacto de reciprocidade – tratamentos iguais para presos nos dois países – para trazer Hosmany de volta. Ainda ontem, o secretário nacional de Justiça, Romeu Tuma Junior, acionou a Interpol para que peça à Islândia que aguarde a comunicação formal do governo brasileiro de que tem interesse na extradição do médico. A primeira sinalização, segundo Tuma Júnior, será entregue hoje ou amanhã ao governo daquele país. O pedido formal de extradição chegará em no máximo duas semanas.

O ex-cirurgião conta que não quer voltar ao Brasil. “Se o Brasil quiser me levar, me considere como um médico. Então me deixem ficar do mesmo jeito que o Lalau, que daí eu volto para São Paulo”, afirmou, fazendo referência ao juiz aposentado Nicolau dos Santos Neto. Condenado pela Justiça por desviar quase R$ 170 milhões da construção do Fórum Trabalhista de São Paulo, está preso em regime domiciliar. Marco Antônio Arantes de Paiva, advogado de Hosmany, voltou a afirmar ao estadao.com.br que vai abandonar a defesa do caso.

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