O serviço de informações britânico especializado em energia e commodities Argus Media divulgou na sexta-feira (19) apuração sobre uma possível retomada do horário de verão no Brasil. A alteração nos relógios foi utilizada no país como medida de economia de energia durante 35 anos consecutivos, mas deixou de ser adotada em 2019, quando foi suspensa pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).
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Agora, segundo a publicação, haveria avaliações internas no Ministério de Minas e Energia sobre trazê-lo de volta como ferramenta para auxiliar o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). O entendimento de estudos preliminares seria de que o horário de verão ajudaria a atender a demanda de 2022 do Sistema Interligado Nacional, reduzindo a possibilidade de apagões. As informações são atribuídas pela Argus Media a “uma fonte do governo”.
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Conforme a reportagem, o dilema para o setor elétrico brasileiro está justamente em encontrar maneiras de atender à demanda por energia em meio à expansão da geração por fontes intermitentes (como a solar e a eólica), que varia a depender das condições climáticas, por exemplo. Ainda segundo a Argus Media, o ministro Adolfo Sachsida não seria contrário à reavaliação, mas a possível retomada do horário de verão enfrentaria resistência por parte do presidente, para evitar descontentamento de apoiadores da sua suspensão.
Procurado pela Gazeta do Povo, o Ministério de Minas e Energia não confirmou a suposta retomada do horário de verão, mas também não negou análises sobre o assunto em específico.
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Em nota, a pasta afirmou que “é realizada constantemente a avaliação técnica das melhores medidas disponíveis, de acordo com o contexto energético vigente, a fim de manter a segurança energética e a modicidade tarifária ao consumidor brasileiro”, com processo permanente de formulação e aprimoramento das políticas públicas voltadas ao setor, “bem como para todos os setores que envolvem as atribuições legais e regimentais deste Ministério de Minas e Energia”.
Em julho do ano passado, em meio à crise hídrica, o governo federal descartou a volta do horário de verão como resposta à falta de água nos reservatórios. Na ocasião, a avaliação era de que a contribuição da medida seria limitada tendo em vista as mudanças no hábito de consumo de energia, que teriam deslocado o maior consumo diário de energia para o período diurno. Nos meses subsequentes, no entanto, o MME pediu novos estudos para analisar eventuais impactos e efeitos do atraso nos ponteiros após pressão de segmentos econômicos e do próprio setor de energia.