Um técnico do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) foi rendido por dois homens armados quando transportava amostras de gasolina colhidas em blitze realizadas em 14 postos de combustíveis em São Paulo. O técnico se preparava para pegar mais amostras, quando foi abordado e ameaçado pelos desconhecidos. Eles simplesmente jogaram fora as amostras que estavam no porta-malas do veículo do IPT e foram embora. O caso aconteceu há cerca de duas semanas, na região do Pirajussara, região oeste da cidade, mas só foi revelado hoje. As equipes de fiscalização decidiram que, antes de divulgar o que aconteceu, voltariam aos mesmos postos para colher novas amostras.
A fiscalização hoje está sendo feita pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), Polícia Fazendária, Prefeitura de São Paulo e Secretaria da Fazenda, mas com reforço policial. Isso por causa do que aconteceu com o técnico do IPT, no último dia 26 de junho. O diretor-presidente em exercício do órgão, Osvaldo Poffo contou como foi o caso da abordagem do técnico. "O motoqueiro mostrou a ele (técnico) um revólver na cintura e pediu que o seguisse. O motoqueiro não estava sozinho, havia outro na garupa", disse. "O carona desceu da moto e entrou no carro. Eles foram até um local pouco movimentado, perto do Córrego Pirajussara, na zona oeste da capital paulista".
Poffo falou que o técnico se surpreendeu com a atitude dos homens, que nada fizeram com ele. "O técnico se surpreendeu quando eles desceram da moto e disseram para que simplesmente abrisse o porta-malas e que nada se passaria com ele, que o que importava era o que ele carregava. E ele carregava amostras para verificar a qualidade da gasolina. Os desconhecidos simplesmente abriram o porta-malas e despejaram todas as amostras no meio-fio. Em seguida, viraram de costas e foram embora", revelou.
No início da manhã desta segunda-feira (16), os fiscais da força-tarefa estiveram no Auto Posto Sabará, em Campo Grande, zona sul da cidade. Eles fizeram vistorias, verificaram os documentos e testaram os combustíveis. Estava tudo correto. Já o Auto Posto Santa Luzia, na zona sul, também tinha amostras entre as que estavam com o técnico do IPT. Os testes feitos hoje não encontraram problemas no combustível do posto.
Os fiscais da ANP estão preocupados com o que aconteceu com o técnico do IPT, mas vão continuar trabalhando. É o caso do fiscal Ricardo Guido, que já mudou sua rotina para tentar se prevenir de possíveis represálias. "A minha rotina mudou, mudou a minha rota. Em alguns lugares inclusive não sento de costas para a rua. Procuro tomar o máximo de cuidado possível e imaginável".