O Homem Aranha foi atração no final da manhã de hoje do bloco Enquanto Isso na Sala da Justiça, em Olinda (PE). Ele fez uma performance em festa de super heróis, descendo – pelo lada de fora – os 19 metros do prédio da caixa d`água, no Alto da Sé, depois de vencer “dois bandidos” que tentavam sequestrar sua amada Mary Jane. Depois dessa vitória, ele chegou ao chão acompanhado da moça.
Jal Oliveira, que é instrutor de uma empresa de esportes radicais, foi atração no domingo de carnaval, quando o bloco Enquanto Isso na Sala da Justiça promove, há 17 anos, o encontro de Batmans, Wolverines, Hulks, tartarugas ninjas e toda sorte de heróis e vilões famosos e também inventados.
O Homem Aranha é personagem do bloco há oito anos. Há três é patrocinado pelo governo do Estado para realizar sua aparição triunfal, utilizando equipamento de alpinismo e técnica de rapel.
O bloco saiu pelas ladeiras da cidade depois das 13 horas (horário de Brasília), mas o melhor foi a concentração, defronte da Academia Santa Gertrudes, onde os integrantes do Mucha Lucha desde cedo abriam o ringue móvel que carregam para realizar desafios entre os heróis e vilões. Desta vez, alguém trouxe um caixão que foi imediatamente incorporado à brincadeira e passou a ser o destino de quem perdesse.
Para o caixão também foram os repórteres que ousavam entrar no ringue para fazer entrevistas e até Jesus Cristo – personagem do olindense José Corrêa Lima, 40 anos – que lutou com “Jason” e perdeu. Depois de entrar no caixão, saiu aos gritos e aplausos da multidão que gritava “Jesus ressuscitou”.
Fantasiados de “Essa fada”, com seus chapéus e varinhas de condão, um grupo de São Paulo compareceu mais uma vez à festa, que incluía superpegadores, superdotados e superburacos – em crítica à má conservação dos asfaltos.
“Sou apaixonado por essa irreverência do carnaval de Olinda”, afirmou uma das fadas, o engenheiro Caio Bottiglieri, 38 anos, que nos últimos 15 anos esteve presente a 10 carnavais na cidade. “Olinda mistura esse clima de brincadeira quase infantil com a tradição da cultura regional”, resumiu.