O encontro climático do mês que vem em Copenhague não deve resultar em um acordo com força de lei para redução das emissões de gases causadores do efeito estufa. A afirmação foi feita hoje pela secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, durante visita a Manila. No entanto, ela disse que o governo dos Estados Unidos segue comprometido com um tratado com força de lei. “Um acordo final não necessariamente virá rápida ou facilmente”, previu.

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Falando durante um encontro em uma universidade da capital filipina, Hillary afirmou que a administração Barack Obama pretende buscar um “acordo-quadro” que poderia servir de modelo para um pacto com força de lei no futuro. “Nós estamos indo a Copenhague 100% comprometidos a criar um acordo-quadro”, afirmou. “Nós duvidamos que possamos chegar a um acordo com força de lei que todo mundo quer, porque muitos países têm muitas dúvidas. Mas realmente acreditamos que podemos produzir um acordo-quadro muito consistente”, avaliou Hillary.

Na quarta-feira, durante uma conferência de ministros das Relações Exteriores da Ásia e do Pacífico, em Cingapura, Hillary pediu que a busca pela perfeição não “atrapalhe o caminho do progresso”. A fala aparentemente foi dirigida a países da Europa que pediam um tratado integral já no encontro entre 7 e 18 de dezembro em Copenhague.

Conferência

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Pelo menos 40 líderes mundiais já se comprometeram a comparecer à conferência de Copenhague. O encontro ocorrerá após dois anos de duras negociações lideradas pela Organização das Nações Unidas (ONU) para rascunhar um acordo que deve substituir o Protocolo de Kyoto, válido até 2012.

Entre os presentes devem estar o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, e o primeiro-ministro holandês, Jan Peter Balkenende. Obama disse que pode aparecer, mas não garantiu. Os EUA, que ignoraram o Protocolo de Kyoto durante os oito anos de George W. Bush no poder, são vistos como cruciais na questão. O país, porém, ainda não apresentou metas, também por causa do ritmo lento da legislação climática no Congresso.

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Os cientistas das Nações Unidas afirmam que os países ricos devem cortar suas emissões de gases causadores do efeito estufa em entre 25% e 40% até 2020, tendo como base os índices de 1990. Com isso, evitariam que a temperatura da Terra aumentasse em 2 graus acima da média encontrada antes da Era Industrial, iniciada há mais de 150 anos. Qualquer aumento da temperatura acima desse nível pode causar uma catástrofe, dizem os especialistas.