Maresias

Helicóptero desaparecido explodiu na queda

A Força Aérea Brasileira (FAB) resgatou ontem à tarde os corpos dos ocupantes de um helicóptero que estava desaparecido desde a última terça-feira após ter saído de Campinas, no interior de São Paulo, com destino a Angra dos Reis, no Rio de Janeiro.

A aeronave, modelo R-44, foi localizada na praia de Maresias, em São Sebastião, litoral norte de São Paulo. Os corpos do casal Edson Reis e Luciana Reis e do empresário André Bicego Martins, estavam carbonizados, segundo o Corpo de Bombeiros.

A aeronave havia decolado do Campo dos Amarais. Bicego, que pilotava sua própria aeronave, teria feito um contato com a torre na altura da cidade de Jundiaí, também no interior paulista, para informar que a rota havia sito alterada e que pousaria no Guarujá, litoral de São Paulo.

Segundo relatos de agentes da Defesa Civil, que conversaram com parentes das vítimas, os ocupantes iriam até o Guarujá ver um barco para comprar. Pouco tempo depois, ainda segundo a Defesa Civil, um novo contato teria sido feito.

Desta vez, Martins teria perguntado à torre se existia um local para pousar na região de Maresias, pois enfrentava mau tempo. Segundo a Defesa Civil, o piloto pode ter perdido o controle da aeronave.

“A frente fria chegou muito rápida e pode ter surpreendido o piloto. Não deu tempo de ele encontrar o heliponto, possivelmente devido à intensa neblina e ventos que chegaram a 60 km/h”, explica o agente da Defesa Civil, Carlos Eduardo dos Santos. Para o chefe do órgão, Emerson Alonso, o vento pode ter jogado o aparelho contra duas árvores, de cerca de seis metros cada uma.

A Defesa Civil de São Sebastião chegou ao local da queda hoje pela manhã, a 200 metros acima do nível do mar, após relatos de moradores que afirmaram ter visto o helicóptero sobrevoando baixo e em seguida ouvido um estrondo na manhã da última terça-feira.

A FAB, o Corpo de Bombeiros, a Polícia Militar e a Polícia Ambiental iniciaram as buscas no mesmo dia, mas elas tiveram de ser suspensas devido ao mau tempo. “Ele (o helicóptero) deu duas voltas por cima da mata e desapareceu na neblina”, relata o repórter-fotográfico João Bressa. Um mateiro localizou os destroços às 8h10 de hoje.

O capitão Danilo Godoy, do Corpo de Bombeiros, afirmou que os destroços, assim como os corpos, estavam espalhados em um raio de 100m². O local da queda, de mata fechada e de difícil acesso, está situado a cerca de 3,5 quilômetros da Rodovia Rio-Santos e a menos de 1,5 quilômetro do heliponto de Maresias.

“Os corpos estavam irreconhecíveis devido à explosão do helicóptero”, disse o capitão dos Bombeiros. Parentes e amigos das vítimas acompanharam as buscas durante todo o dia.

Ninguém quis falar com a imprensa. Apesar de a aeronave ter sido localizada às 8h10, policiais do Instituto de Criminalística (IC) chegaram ao local sete horas depois.

Elas estariam em uma ocorrência em Ubatuba, a 110 quilômetros do local da queda. Vários acidentes aéreos, principalmente com helicópteros, já foram registrados na região de Maresias.

O de maior repercussão aconteceu em julho de 2001, quando o helicóptero em que viajaram o empresário João Paulo Diniz, herdeiro do Grupo Pão de Açúcar, e sua então namorada, a modelo Fernanda Vogel, caiu no mar também devido a uma tempestade.

Fernanda e o piloto Ronaldo Jorge Ribeiro morreram. Diniz e o co-piloto Luiz Roberto de Araújo Cintra nadaram até a praia e se salvaram. Três anos depois, o inquérito que investigou o acidente foi arquivado e ninguém foi responsabilizado pelo acidente.

 

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