Haddad vê melhora na educação

Apesar de a educação ter sido apontada como um dos fatores que empurram o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil para baixo, o ministro Fernando Haddad considerou positivo o desempenho apresentado pelo País no setor. “Do ponto de vista de uma geração, os números melhoraram muito”, afirmou ele, ao comparar os dados de expectativa de vida escolar e a média de anos estudados pela população acima de 25 anos. “Para esse grupo, a média de anos estudados foi de 7,2 anos. As crianças agora têm expectativa de estudar 13,8 anos. É uma melhora considerável.”

O Brasil foi o 73º colocado no relatório divulgado ontem pelo Programa das Nações Unidas para Desenvolvimento (Pnud), um avanço de quatro posições em relação ao ano passado. O desempenho não foi melhor em razão dos indicadores de educação, afirmou o economista do Pnud Flávio Comim.

Embora não tenha feito críticas específicas ao IDH-2010, Haddad contestou os números de um dos indicadores. De acordo com o relatório oficial das Nações Unidas, a expectativa de anos escolares caiu de 14,5 para 13,8 anos entre 2005 e 2010 no País. “Esses dados contradizem o Censo Escolar, levantamento brasileiro que é reconhecidamente um dos melhores do mundo”, disse o ministro da Educação.

No entanto, Haddad reconheceu a dificuldade de melhorar rapidamente a média de escolaridade da população com mais de 25 anos. “Os dados representam um fardo histórico. Fazem retrato do passado, não das ações atuais.” O ministro informou haver dificuldade em preencher vagas para cursos voltados a adultos.

Um ponto que poderia melhorar, afirmou, seria a ampliação da oferta de cursos no formato do Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação Jovens e Adultos (PROEJA). “Há maior atrativo”, disse. De acordo com ele, o Plano Nacional de Educação deverá apresentar metas para que seja dada ênfase em cursos no formato do programa, sobretudo para anos finais do ensino fundamental e ensino médio.

Para o ministro, é preciso mais tempo para analisar dados do IDH. “Não sou favorável à troca constante de indicadores, porque se perde série histórica”, ponderou.

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