A Prefeitura de São Paulo começou a alugar alojamentos para dependentes químicos e moradores de rua que vivem no Parque D. Pedro, na região central. Segundo a prefeito Fernando Haddad (PT), a região será a próxima a receber uma operação semelhante ao projeto De Braços Abertos na Cracolândia, região da Luz. “Estamos terminando a locação dos alojamentos. Tem gente ali que está resistindo, precisamos conversar um pouco mais. Não tem havido necessidade de qualquer gesto de violência, as coisas estão sendo pactuadas antes”, afirmou o prefeito, após uma palestra do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no 4.º Encontro de Blogueiros e Ativistas Digitais, na Consolação, região central.
Ainda não há data para que a Prefeitura comece a operação no Parque D. Pedro. No entanto, segundo Haddad, as famílias que vivem na região já foram cadastras e têm um perfil diferente das que estão na Cracolândia. “Lá, a maioria das pessoas têm emprego. Na ex-Cracolândia tinha muitos homens egressos do sistema prisional, sem documentação, sem emprego. No Parque D. Pedro é outra natureza. A maioria é família, está empregada e tem alguma atividade econômica. O modelo ali certamente será diferente”, disse o prefeito.
A operação De Braços Abertos na Cracolândia teve início em janeiro deste ano. Os usuários de droga da região começaram a ganhar R$ 15 por semana para fazer serviços de zeladoria urbana. Eles têm quartos em hotéis da região e acesso a serviços de assistência social e de saúde mensal. O Parque D. Pedro começou a receber usuários de drogas e moradores de rua em 3 de janeiro de 2012, quando as gestões do governador Geraldo Alckmin (PSDB) e do ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD) fizeram uma operação conjunta na Cracolândia. A ação foi batizada de Centro Legal e teve forte presença de policiais.
No mesmo ano, o ex-prefeito realizou uma operação no Parque D. Pedro para retirar as barracas dos usuários de drogas. A Guarda Civil Metropolitana ocupou o local, mas, nos últimos meses, novos moradores apareceram. Neste ano, a Prefeitura precisou instalar refletores sob o Viaduto 25 de Março, área onde os moradores de rua e dependentes químicos estavam se concentrando.