Brasília (AE) – Auditoria do Tribunal de Contas da União revela que o governo Lula teve prejuízos de pelo menos R$ 15,6 milhões com serviços de publicidade contratados pela Secretaria de Comunicação (Secom) no período em que o petista Luiz Gushiken esteve à frente do órgão, responsável por toda a propaganda da administração federal. Os auditores descobriram que o governo pagou por produtos que não foram entregues e por serviços gráficos superfaturados. As principais irregularidades foram encontradas na impressão de revistas e cartilhas para divulgar as ações federais.
Os auditores descobriram, por exemplo, que pelo menos 600 mil revistas e 600 mil encartes do balanço intitulado "Dois anos de Governo Lula" não foram distribuídos pela agência Duda Mendonça & Associados, titular de um dos contratos com a Secom. Somente neste caso, os técnicos do TCU estimaram que os prejuízos superaram os R$ 3 milhões.
Ao longo de 47 páginas, o relatório do tribunal, encaminhado à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios, aponta incorreções em dez produtos e serviços contratados pela Secom. Além da agência de Duda, que foi o chefe da publicidade da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva em 2002, também se beneficiou das irregularidades a Matisse Comunicação e Marketing, do publicitário Paulo de Tarso Santos, criador do jingle "Lula-lá", que marcou a campanha petista de 1989.
Para a impressão dos produtos, as duas agências trabalhavam com um reduzido grupo de gráficas, entre elas a Kriativa, a Buriti e a Pankron. Os auditores constataram o sobrepreço ao pedir a outras gráficas orçamentos para a realização de serviços idênticos. Fica evidenciado que poderia ter sido pago menos do que desembolsou.