Visivelmente abatido, o atacante Guilherme deu a primeira entrevista nesta segunda-feira depois do acidente que resultou na morte de duas pessoas na madrugada de sábado, em Marília. O jogador não respondeu perguntas. Limitou-se a lamentar o ocorrido e afirmar que, na medida do possível, está prestando assistência à família das vítimas. Na ocasião, o advogado do centroavante confirmou que o mesmo estava no volante da sua BMW no momento da colisão. ?Vim para dizer que sinto muito o que aconteceu?, disse o jogador. ?Sei que estou vivendo um momento muito difícil e vou continuar vivendo, mas momentos piores estão vivendo os entes das pessoas que faleceram?, completou Guilherme.

O jogador afirmou que a colisão foi involuntária e que precisará da ajuda da família para superar a situação e continuar trabalhando, como fez nesta segunda-feira, quando treinou. ?Terei de conviver com isso o resto da minha vida.? Guilherme diz que pretende dar, na medida do possível, toda a assistência necessária a Rosilene Fossaluza de Souza, que está internada no Hospital de Clínicas de Marília. Ela foi a única sobrevivente do Escort onde estavam o marido, Marcelo Aparecido de Souza, de 31 anos, e a mãe, Maria Benedita Fossaluza, de 70 anos.

O advogado do jogador, Benedito Pereira Filho, confirmou que o atacante estava ao volante do carro e não Fabiano Travain Pardo, como consta no boletim de ocorrência. Guilherme ainda não prestou depoimento na Polícia para falar do caso e não fará outros comentários sobre o acidente até que relate sua versão do acidente às autoridades. Pereira Filho afirmou que o depoimento ainda não tem data marcada.

Segundo o diretor do Hospital de Clínicas de Marília, Francisco Soares, Rosilene ainda está internada em estado grave, mas não está grávida. ?Fizemos uma ultra-sonografia para confirmar.? O médico afirmou que, além de um leve trauma no crânio, a vítima sofreu fraturas no quadril, no joelho, no punho e nas costelas e deverá passar por algumas cirurgias, que envolvem algum risco de vida, para repará-las. ?Ainda é cedo para saber se ela terá seqüelas.?

Soares confirmou que Rosilene não só está consciente como lembra de tudo o que aconteceu no acidente. ?Mas ainda considero contra-indicado que ela fale sobre o caso. Está bastante traumatizada.? O diretor afirmou que ela já recebeu visitas da família e da filha, de cinco anos.

Processo – Fabiano Travain Pardo, de 26 anos, amigo do jogador Guilherme, do Corinthians que o acompanhava na madrugada de sábado quando aconteceu o acidente deve ser processado por falsidade ideológicas. A afirmação foi feita nesta segunda-feira pelo delegado do 4º Distrito Policial, Paulo Lara, porque Fabiano informou aos policiais rodoviários que atenderam a ocorrência que era ele quem estava dirigindo o BMW que pertence a Guilherme de Cássio Alves.

Com isso, ficou prejudicado o exame toxicológico realizado pela Polícia Técnica da Delegacia Seccional de Marília  que tinha coletado material de Fabiano e não de Guilherme. Segundo o delegado Paulo Lara, o exame toxicológico de nada servirá para o inquérito policial, que foi instaurado nesta segunda-feira à tarde. ?Agora dependemos mais dos depoimentos das testemunhas, pois elas viram o acidente e viram os rapazes saindo do carro com bebida alcoólica?, afirmou o delegado. No local do acidente, ao lado do carro de Guilherme havia frascos de cerveja.

Devanir Fossaluza, filho de Maria Benedita Fossaluza, de 70 anos, que morreu no acidente, também confirmou que viu os rapazes saindo do carro com bebidas, além de duas moças que saíram correndo. O advogado de Fabiano Pardo, Flávio Zambom, negou que os rapazes estivessem acompanhados de moças e que tivessem ingerido bebida alcoólica. No caso de Fabiano, isso poderá ser comprovado ou não pelo exame toxicológico feito no local pela Polícia Técnica.

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