Foto: Agência Brasil |
Ministro do Turismo confirmou denúncia de revista. continua após a publicidade |
O ministro do Turismo, Walfrido Mares Guia (PTB), confirmou ontem, por meio de sua assessoria, depósito de R$ 507.134 mil, feito em setembro de 2002, na conta do publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza, acusado de ser o operador do esquema do "mensalão". Mares Guia disse ter efetuado o pagamento em dinheiro vivo a pedido do então candidato a senador Eduardo Azeredo (PSDB), que estaria à época com dívidas de campanha. "Sim, fiz um empréstimo a Eduardo Azeredo, mas nunca tive relação com o senhor Marcos Valério", afirmou o ministro, pela voz da assessoria. "Marcos Valério era apenas uma das muitas pessoas que trabalhavam na campanha", completou. "Desconhecia o publicitário, apenas fiz um depósito na conta indicada por Azeredo."
No ano passado, no auge do escândalo do "mensalão", foi divulgado o depósito feito pelo ministro do Turismo, mas sem a apresentação de documentos. A revista Isto É, neste final de semana, publicou cópia do depósito. O dinheiro depositado por Mares Guia foi sacado de uma conta da Samos Participações Ltda, de Belo Horizonte. A empresa é de propriedade do ministro. Mares Guia obteve o dinheiro por meio de um outro empréstimo, contraído no Banco Rural, que foi quitado semanas depois.
Lenha
O advogado Rogério Buratti colocou mais lenha na fogueira que cerca o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, no caso do mensalinho de R$ 50 mil que a Leão & Leão teria pago à Prefeitura de Ribeirão Preto na segunda gestão de Palocci na cidade. A comissão, supostamente repassada ao PT, teria sido exigida pelo próprio Palocci, que também teria negociado diretamente com a empresa os artifícios para superfaturar o pagamento dos serviços de lixo na cidade.
Segundo a revista Veja, as informações foram reveladas em depoimento sigiloso de Buratti no início do mês passado. Ainda segundo a revista, as informações teriam sido escondidas da imprensa até agora por causa de um suposto acordo do ministro com o Ministério Público de São Paulo. Essa versão é negada pelo MPE.
"Não houve nenhum acordo. Não temos nenhum interesse em preservar o ministro", disse o promotor Sebastião Costa da Silveira.