Um protesto com cerca de cem guardadores autônomos marcou hoje o início de mais uma tentativa da prefeitura do Rio de Janeiro de entregar o gerenciamento de 9.049 mil vagas de veículos em oito bairros da zona sul para a empresa Embrapark. Desde novembro do ano passado, o grupo hispânico-brasileiro tenta assumir a exploração das vagas do Rio Rotativo e enfrenta a resistência dos antigos guardadores. “Desta vez será diferente, pois a Polícia Militar (PM) prestará todo o apoio (à Embrapark). Quem resistir será preso pelo crime de exercício ilegal da profissão”, afirmou o secretário de Transportes, Alexandre Sansão.

continua após a publicidade

O antigo sistema Rio Rotativo era controlado pelos próprios guardadores. Após várias denúncias de venda de estacionamentos públicos por até R$ 15 mil e extorsões, a prefeitura realizou uma concorrência no ano passado para uma empresa privada assumir o gerenciamento dos estacionamentos públicos.

A manifestação organizada pelo Sindicato dos Guardadores Autônomos cancelou a cerimônia no Parque dos Patins, na Lagoa Rodrigo de Freitas, que marcaria o lançamento dos novos estacionamentos. O prefeito Eduardo Paes (PMDB) foi vaiado pelos guardadores com o colete do Rio Rotativo assim que saiu do carro. Ao perceber o protesto, Paes falou com os jornalistas rapidamente e foi embora.

“Ganhamos em primeira instância no Tribunal de Contas do município o processo contra a concorrência vencida pela Embrapark e vamos continuar a lutar na Justiça. Além disso, a empresa não contratou pessoas idosas ou deficientes. Cerca de 900 pessoas perderão o emprego”, afirmou o presidente do Sindicato dos Guardadores Autônomos, Jorge Justino.

continua após a publicidade

O sócio-diretor da Embrapark, Sérgio Morad, afirmou que a concorrência vencida foi “legal e transparente” e disse que a empresa cumpre a política que estipula cotas de empregos para idosos e deficientes. “Os guardadores que já trabalhavam nas ruas foram contratados. Não aproveitamos apenas aqueles que não nos procuraram.”