Integrantes de movimentos sociais e moradores de favelas de São Paulo fizeram um protesto em frente à Câmara Municipal, na região central, na manhã de hoje. Segundo a PM, cerca de 120 pessoas participaram da manifestação. O trânsito não foi afetado.
O grupo foi ao local para cobrar mais atenção dos vereadores para uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), criada no dia 28 de março deste ano para investigar os incêndios ocorridos em favelas paulistanas nos últimos cinco anos.
Os manifestantes ficaram concentrados no auditório externo da Câmara, segundo a PM.
Entre os manifestantes, haviam moradores da favela do Moinho, atingida por um incêndio no último dia 17 . Segundo um dos líderes comunitários da favela, Francisco Antonio de Oliveira Miranda, 26, não houve reunião da CPI hoje porque não havia o número suficiente de vereadores para completar o quórum – é necessário a presença de ao menos quatro dos seis vereadores que integram a comissão.
Os moradores marcaram uma reunião para o próximo domingo na favela do Moinho. Eles pretendem reforçar o grupo para novas manifestações. “A gente precisa se organizar para chegar com mais força. Essa comissão não anda. Os trabalhos de investigação devem ser mais intensos”, disse Miranda.
Incêndio
O fogo na favela do Moinho começou por volta das 7h e destruiu ao menos 80 barracos, segundo o Corpo de Bombeiros. Ao todo, 70 homens atuaram no combate ao incêndio.
A prefeitura informou que os cerca de 300 desabrigados foram cadastrados por agentes da Secretaria de Habitação para receber auxílio-aluguel. Foram distribuídos no local 277 colchões e cobertores, e 94 cestas básicas e kits de higiene.
A favela já havia sofrido um incêndio em 2011, quando 407 das 815 famílias que viviam no local tiveram suas casas destruídas. Segundo a prefeitura, 392 destas famílias aceitaram receber o auxílio-aluguel.
Os benefícios serão pagos até que as famílias sejam encaminhadas a uma unidade habitacional definitiva. A prefeitura diz que essas famílias terão prioridade para receber um dos 1.267 apartamentos de um empreendimento em fase de construção próximo à ponte dos Remédios, na zona oeste.
No último dia 3, um outro incêndio destruiu parte de uma favela na região de Campo Belo, na zona sul de São Paulo. 285 barracos foram atingidos e três pessoas ficaram feridas.
Apenas na capital paulista, houve ao menos 30 incêndios em favelas desde o início deste ano. Em 2011, foram 79 ocorrências – número mais baixo registrado desde 2008, quando 130 favelas pegaram fogo.