Apesar do fim da obrigatoriedade do diploma, os candidatos a jornalistas que se interessarem por passar pela faculdade terão que estudar mais. A comissão que analisa as mudanças nas diretrizes curriculares do curso vai propor um aumento da carga horária das atuais 2.700 horas-aula para 3.200 horas-aula. Além disso, deverá voltar a permissão para a realização de estágio em redações, proibida desde a década de 70. E o curso de Jornalismo pode sair dos departamentos de Comunicação das universidades.
A comissão, que deverá entregar na próxima semana o relatório para o ministro da Educação, Fernando Haddad, pretende encorpar a formação dos jornalistas. Por ter esperado a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que declarou nula a obrigatoriedade do diploma, os especialistas decidiram incentivar a criação de mestrados profissionais em jornalismo. “Isso permitiria a pessoas (com diploma) em outras áreas ter também a formação de jornalista. A comissão entende que há uma complexidade na área que exige formação específica”, disse o professor Eduardo Meditsch, coordenador do mestrado em Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina e um dos membros da comissão.
A graduação também deverá ser mais complexa. A ampliação da carga horária será proposta para abranger não só as disciplinas regulares, mas mais 200 horas de estágio e algo mais para ser dedicado a outras atividades, como participação em congressos ou pesquisas. A própria graduação deverá sofrer alterações. Uma das ideias centrais da comissão é a necessidade de tirar o Jornalismo da área da Comunicação Social, passando a ter diretrizes independentes, mais focadas na área.