Após duas semanas de desaparecimento, e em meio a suspeitas de ação criminosa, a Secretaria de Estado da Segurança Pública se comprometeu, em uma reunião ocorrida nesta sexta-feira, 4, a usar um helicóptero e a destacar o Comando de Operações Especiais (COE), da Polícia Militar, para ajudar nas buscas por cinco adolescentes que sumiram na sexta-feira retrasada, dia 21 de outubro entre o Parque São Rafael, na zona leste, e Ribeirão Pires, no ABC Paulista.

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O secretário da Segurança, Mágino Alves, se encontrou com as mães de dois dos adolescentes e com a irmã de outro nesta sexta-feira, após pressão do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe), que acompanha o caso.

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Em nota distribuída à imprensa, a secretaria afirma que tanto o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) quanto a Corregedoria da Polícia Militar investigam o caso, dada a suspeita de participação de policiais no desaparecimento.

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O desaparecimento foi revelado pelo site Ponte. No dia 21, uma sexta-feira, quatro adolescentes e um motorista saíram do Parque São Rafael, na divisa entre a zona leste de São Paulo e a cidade de Mauá, no ABC, para uma festa em um sítio em Ribeirão Pires, também no ABC Paulista. Durante a noite, a amiga de um dos adolescentes recebeu um áudio pelo WhatsApp em que ele afirma ter sido “enquadrado” e levado um “esculacho” da polícia.

Na nota sobre o caso, a secretaria afirma que “não há qualquer indício de participação de policiais no desaparecimento”.

Segundo informações levadas ao Condepe, ao menos um dos jovens vinha recebendo ameaças de morte de familiares de um guarda-civil municipal de Santo André, que teria sido assassinado há um mês. Nenhum dos jovens, no entanto, seria alvo da investigação sobre a morte do GCM.

Segundo Elzamira de Paulo, de 37 anos, mãe de um dos adolescentes, o encontro dos jovens seria com um grupo de meninas que outro rapaz conheceu pelo Facebook. “Eles não se conheciam de verdade. Meu filho não falou que ele ia nessa festa. Achei que ele fosse no baile que ele sempre vai, perto de casa. Só quando ele não voltou é que fiquei preocupada”, disse.

Elzamira e familiares de outros dois jovens participaram da reunião com o secretário desta sexta-feira. Seu filho é cadeirante — não conseguiu mais andar após levar um tiro da Polícia Militar em 2014. “Você sabe como é: os meninos vêm a polícia e já ficam assustados”, disse.

Além do Condepe, a Defensoria Pública do Estado também acompanha o caso.

Nestas duas últimas semanas, os familiares chegaram a fazer escavações por conta própria em áreas de mata na região do Rodoanel, em Ribeirão Pires, em busca de corpos. “Cavamos no mato, perto de onde acharam o carro”, conta Elzamira.